Há 25 anos… dia 5 de fevereiro de 1991.
Inside my heart is breaking
My make up may be flaking
But my smile
Still stays on
Freddie Mercury grita ao mundo: o coração dói no peito e a maquiagem escorre do rosto. Mas o sorriso, ah, esse está firme, permanece.
E o show tem que continuar!
Pelos versos de “The Show Must Go On”, linda composição de Brian May, última faixa do último álbum, o vocalista e líder do Queen ensaia a própria despedida. Bem do jeito dele. Lírico e prosaico. Melancólico e redentor. Frágil e vigoroso. Definitivo e transitório.
Nove meses depois, a Aids levou o imortal Freddie Mercury.
O registro final, Innuendo – lançado em 4 de fevereiro no Reino Unido e no dia 5 nos EUA -, traz sugestões e indiretas de um goodbye. Como o próprio significado da palavra que dá nome ao álbum e à primeira faixa.
Pistas e ideias de um fim insinuados aqui e ali. Nesse sentido, Innuendo antecipou o starman David Bowie e o seu Blackstar, como bem pontuaram Ron Hart, na Rolling Stone, e Igor Miranda, no Correio de Uberlândia.
Um trabalho de retorno sonoro, em que o Queen explora caminhos trilhados nos anos 1970. Um rock mais pesado (vide “The Hitman”), sem deixar a verve teatral/circense de lado (“I’m Going Slightly Mad”), mas se despindo dos sintetizadores e excessos da década de 1980.
Para este escriba e fã de carteirinha, os grandes destaques ficam com a faixa-título, que remete a “Kashmir”, do Led Zeppelin, e a já mencionada “The Show Must Go On”.
À época, o álbum levou umas pancadas dos críticos, como Chuck Eddy, da Rolling Stone: “Innuendo é tão fraquinho que você vai se esquecer dele assim que termina”.
Com a ressalva de que foram escritas bem depois, fico com as palavras de Greg Prato, no AllMusic: “Innuendo foi uma maneira apropriada para finalizar uma das mais bem-sucedidas carreiras do rock.”
God Save The Queen!
“The Show Must Go On”:
Fontes e +MAIS: