Há 15 anos… dia 4 de fevereiro de 2001.
“Quarteto júnior derruba o invicto Santos”
“Garotada são-paulina dá show no Santos”
Os cadernos Esporte (da Folha) e Esportes (Estadão) seguiram caminho bem parecido para destacar a goleada do São Paulo sobre o Santos (4 a 2), pela terceira rodada do Campeonato Paulista de 2001.
Ambos centraram seus relatos em quatro jogadores então recém-promovidos ao time profissional do tricolor paulista: Renatinho, Harison, Oliveira e um tal de Cacá – sim, com dois “Cs” mesmo.
De fato, todos deram a sua contribuição para que o time comandado por Oswaldo Alvarez, o Vadão, virasse o duelo e goleasse o alvinegro praiano, invicto na temporada até aquele dia. Porém, somente um “sobreviveu” para fazer História no São Paulo e no futebol. E para estar aqui, hoje, no efemérides!
A história daquele 4 de fevereiro de 2001 conta que o pequenino atacante Renatinho foi o cara do jogo e, sem dúvida, o mais celebrado pela imprensa. Com justiça, diga-se. Afinal, fez o seu gol, o terceiro do São Paulo (seu 1º pelo clube), em grande jogada pela direita, deu os passes do primeiro e quarto tentos tricolores, de Reginaldo (o Cachorrão!) e Gustavo Nery, e ainda criou outras inúmeras oportunidades.
Para Folha e Estadão, o jogador de apenas 1,61m foi o melhor em campo. O jornal da família Mesquita até destacou mais espaço ao camisa 27, em pequena matéria com o título “Renatinho brilha e já sonha em ser ídolo no Morumbi”.
Renatinho disputou apenas mais 10 jogos com a camisa do São Paulo. Depois daquele gol contra o Peixe, anotou somente mais uma vez pelo Clube da Fé.
A exemplo do atacante, Harison iniciou entre os 11 naquele clássico. O meio-campo, que despontara como a maior aposta da base do clube para 2001 e já vinha sendo escalado como titular por Vadão, até teve boa participação, mas saiu machucado no segundo tempo.
Harison também vestiu a camisa vermelha, branca e preta em mais 10 ocasiões. Não fez nenhum gol.
Oliveira, um rápido ponta canhoto, entrou na partida na segunda etapa, no lugar de Ilan, e tramou ótimas jogadas pelos lados. Não teve vida longa no São Paulo, atuando em mais 16 pelejas além daquela. Pode dizer aos filhos e netos, contudo, que deu a assistência para o primeiro gol da carreira de um cara que se tornaria ídolo do tricolor, craque internacional e melhor do mundo.
Assim chegamos, finalmente, ao personagem do post: Kaká. Ou melhor, Cacá. Há 15 anos, o franzino e elegante meia-atacante anotava seu primeiro gol com a camisa do São Paulo, o primeiro da carreira profissional. O gol da virada. Com passe de Oliveira.
O camisa 30 entrou no jogo no segundo tempo, justamente no lugar de Harison, que o deixava no banco nas categorias de base do clube. Aos 29, após cruzamento na medida do companheiro de juniores, Cacá mostrou imensa categoria ao concluir de chapa, de pé esquerdo, e anotar o segundo do São Paulo.
Começava a nascer um craque e um ídolo.
Se a tinta dos jornais carregou mais em Renatinho, urge fazer o registro de algumas linhas proféticas da Folha, ainda no relato do jogo daquele 4 de fevereiro:
“Já o meia Cacá foi o atleta que proporcionou, de fato, a vitória são-paulina. Entrou no segundo tempo e comandou o time na saída para o ataque – Harison, outro júnior, saiu machucado.”
Um mês depois, Cacá entraria no meio do segundo jogo da final do Torneio Rio-São Paulo, contra o Botafogo, marcaria os gols da virada e da vitória por 2 a 1, e se tornaria Kaká.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Os gols do jogo, em reportagem de César Augusto, no Globo Esporte:
Fontes e +MAIS: