Há 40 anos… dia 14 de dezembro de 1975.
“No imaginário dos colorados, é difícil alguma figura que alcance o tamanho de Figueroa. Mesmo para aqueles que nunca o viram jogar, como é o meu caso (e talvez até por isso), a mitologia em torno do seu nome é insuperável. Se Falcão consolidou-se como indiscutível expoente técnico do maior Inter de todos os tempos, era em Figueroa que residia o esteio moral daquele time, percepção que se perpetuou através de gerações de colorados, sublinhada pelo histórico gol iluminado contra o Cruzeiro, que hoje completa 40 anos.”
O trecho do post de Douglas Ceconello, no ótimo Meia Encarnada, dá a dimensão de Don Elías Figueroa para o coração vermelho do torcedor do Internacional, no dia em que se recorda o primeiro título brasileiro da história do clube. Taça que veio com o cabezazo fulminante do cracaço chileno, como mostra a foto deste post.
De fato, Figueroa é símbolo-mor da mudança de patamar alcançada pelo Sport Club Internacional nos anos 1970. Chegou em 1971, quando o time já havia conquistado o bicampeonato estadual. Mais seis canecos vieram, perfazendo o inédito e até hoje inigualável octacampeonato gaúcho. Em 1975, 1976 e 1979, os três títulos nacionais. Sem dúvida, o Colorado foi o melhor time do Brasil daquela década.
Para conquistar o primeiro Brasileiro de sua História, o Inter fez campanha espetacular, com apenas 3 derrotas e 12 gols sofridos em 30 jogos. Regularidade e força de um timaço treinado por Rubens Minelli.
Se, na defesa, Don Elías Figueroa e Manga fechavam tudo, na frente, o eficiente Flávio marcava os gols – fez 16 dos 51 tentos do time no torneio -, auxiliado pelo ótimo ponta Lula e pelo sólido e técnico meio-campo de Falcão e Carpegiani.
Além de regular e extremamente técnico, o esquadrão também se saía muito bem sob pressão. Na semifinal, por exemplo, passou pela Máquina Tricolor de Rivellino, Paulo César Caju e Cia. em um Maracanã com quase 100 mil pessoas. Placar de 2 a 0, gols de Lula e Carpegiani.
Na decisão, o adversário foi o também timaço do Cruzeiro, de Raul, Nelinho, Piazza, Palhinha, entre outros grandes jogadores. Coube ao zagueiraço entrar para a História colorada. Aos 11 minutos do segundo tempo, Valdomiro alçou a bola da direita e o camisa 3 subiu muito para testar firme, pra baixo, como manda o manual. Raul nem pulou.
Com mais de 82 mil pessoas, o Beira-Rio veio abaixo e permaneceu em estado de êxtase até o apito final do folclórico Dulcídio Wanderley Boschilla. Finalmente, campeão brasileiro!
No ano seguinte, o bi, em outra campanha espetacular, novamente com Rubens Minelli no comando, com apenas 3 derrotas e com o artilheiro do certame, dessa vez o mítico Dadá Maravilha.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Melhores momentos e o gol de Figueroa:
Fontes e +MAIS: