Há 20 anos… dia 22 de novembro de 1995.
POR FELIPE FIGUEIREDO MELLO*
A história de “Toy Story” não é apenas sobre um grupo de brinquedos liderados por um simpático cowboy de pano e um astronauta deslumbrado. Essa é uma história com heróis e vilões de carne e osso, da vida real. Alguns deles, um pouco distantes do universo infantil que marca o estrondoso sucesso do filme.
O dia 22 de novembro de 1995, dia do lançamento do filme nos Estados Unidos, marca o fim de uma saga e o começo de outra.
O heroi da vida real é John Lasseter, o diretor de “Toy Story”. Sua saga começa quando, durante a produção de “Tron” pelos Estúdios Disney, Lasseter entrou em contato com a animação computadorizada. A partir de um pequeníssimo trecho de animação computadorizada do filme de 1982, Lasseter visualizou uma oportunidade e propôs aos estúdios de animação da Disney algo mais ambicioso que um simples trecho de filme: um longa inteiro produzido por computação gráfica. A ideia não foi bem recebida e Lasseter acabou demitido.
Pouco tempo depois, Lasseter fundou a Pixar, que nada mais era que uma empresa/sistema de animação de garagem. Em 1984, ele e seu sócio, Ed Catmull, produziram um pequeno curta-metragem com o objetivo principal de promover o sistema Pixar, mais do que a animação em si. E quem se interessou foi o igualmente visionário Steve Jobs, que acabou comprando a Pixar.
Em 1988, Lasseter chamou a atenção da Disney com o curta ”Tin Toy”. A partir de então, a trama começa a se enrolar quando, em meados de 1990, a Disney propõe a produção de um longa-metragem e estabelece um contrato de “submissão” à Pixar. Os estúdios de animação da Disney, sob o comando de Jeffrey Katzenberg, dariam as ordens e teriam a palavra final sobre o roteiro e os animadores da Pixar fariam o trabalho braçal. Foi um desastre!
A ideia inicial de Katzenberg , de criar uma trama de brinquedos em torno de uma “dupla inesperada”, foi a única que se manteve. O roteiro foi se desenhando de maneira tão ruim que o personagem de Woody, duplado por Tom Hanks, seria um “babaca” (adjetivo dado pelo próprio Hanks!). Ao final de 1993, quando a equipe de Lasseter levou tudo o que havia sido produzido para uma revisão pelos Estúdios Disney, a produção foi paralisada.
Envergonhado pelo resultado, Lasseter pediu a Katzenberg um tempo para reescrever o roteiro.
A partir de então, o filme se desenvolveu em torno da “dupla inesperada” e do tema dos “brinquedos ansiosos por crianças que brinquem com eles e que esse desejo se reflete em suas esperanças, medos e ações”. Eis a história de como Woody e Buzz Lightyear ganharam vida!
“Toy Story” inaugurou a era das animações produzidas por computação gráfica e teve três indicações ao Oscar (Roteiro, Trilha e Música, “You’ve Got a Friend In Me”, de Randy Newmam).
O sucesso foi tão estrondoso que logo a Pixar foi comprada pelos Estúdios Disney e, de lá pra cá, produziu 15 longas e mais de 30 curta-metragens de animação.
* Felipe Figueiredo Mello é apaixonado pela história e filmes da Pixar e não vê a hora do lançamento de “Procurando Dory”.
Trailer:
Fontes e +MAIS:
– IMDb