Há 75 anos… dia 13 de novembro de 1940.
Walt Disney não viveu o suficiente para ver o lucro e o sucesso de “Fantasia”. Sua grandiosa produção imagética e sonora só começou a render dinheiro e a ter o devido reconhecimento a partir do quinto relançamento, em 1969.
E, olha só, foram os hippies os responsáveis por isso! Conta a lenda que os doidões daquela época assistiam ao desenho sob efeito de LSD! Não deixa de ser uma doce ironia que a geração peace and love tenha “salvado” a animação de um fracasso histórico de bilheteria e de um ostracismo completamente injusto.
“Fantasia”, então, se tornou um cult. E foi, enfim, merecidamente reconhecido.
Mas voltemos no tempo para recontar essa história.
1937. Disney encontra o maestro Leopold Stokowski em Hollywood e fala de seus planos para um curta de animação baseado em um poema de Goethe, com música clássica como trilha sonora. Queria Mickey Mouse como protagonista, para alavancar a popularidade do simpático roedor, meio em baixa na época. E já tinha até título: “O Aprendiz de Feiticeiro”. Apresentaria Mickey na versão de mágico.
O regente ficou empolgado e propôs a Disney uma superprodução que envolvesse animação e música erudita. Considerado grande maestro, Stokowski tinha desejo de se aproximar um pouco da cultura pop. Essa era a sua chance.
Assim, nascia a ideia de “Fantasia”. Porém, a produção e a gravação do longa teriam início atrasado, por conta de outras animações em curso, como “Pinóquio” e “Branca de Neve e os Sete Anões”.
Bem, encurtando a história, “Fantasia”consumiu quase US$ 3 milhões dos cofres dos Estúdios Disney – o equivalente a US$ 38 milhões em 2015! Pra completar, o sistema sonoro inovador – apelidado de Fantasound – tinha alto custo de instalação nos cinemas. Fala-se que Walt Disney perdeu algo em torno de US$ 15 milhões, nos números de hoje, por causa do equipamento!
Apesar da grana gasta, houve grande entusiasmo com o lançamento, 75 anos atrás. “Uma criação tão completamente deliciosa e emocionante em suas novidades que todos os sentidos são cativados por ela”, escreveu o New York Times.
De fato, impossível não se encantar com “Fantasia”. Afinal, qual animação tem Bach, Beethoven, Tchaicovsky, Schubert e Stravinsky, reunidos em seus grandes números? Isso tudo com uma fantástica sequência de animação.
Como bem concluiu Neal Gabler, em ótimo texto na Smithsonian Magazine, “’Fantasia’ alcançou uma rara estatura cultural: é um grande fracasso que se tornou um pioneiro e parte do imaginário popular nacional”.
Viva o flower power!
“Fantasia”, na íntegra, dublado:
Fontes e +MAIS:
– IMDb
– time.com