Há 60 anos… dia 30 de setembro de 1955.
Garrafas e latas de cerveja, cartas de baralho, cigarros, óculos escuros, sutiãs (!).
O cruzamento final da vida de James Byron Dean é, até hoje, seis décadas após a sua morte, um pitoresco memorial.
Como mostra matéria do Hollywood Reporter (link abaixo), o local onde o rebelde sem causa mais famoso do cinema sofreu o acidente fatal, na interseção das estradas 41 e 46, na Califórnia, continua recebendo “oferendas”.
“É incrível! Os sutiãs, normalmente, não ficam lá por muito tempo…”, diz, entre risadas, o porta-voz da polícia rodoviária, Patrick Sebart.
De fato, é incrível. Sessenta anos depois da precoce partida, James Dean segue imortal como grande ícone da juventude, modelo de beleza e símbolo de rebeldia. Um status que, provavelmente, jamais perderá.
Viveu 24 anos a mil, para usar frase de outro indomável e inquieto, esse brasileiro, e que também viveu pouco demais, mas em intensidade brutal: Cazuza.
Natural de Marion, em Indiana, James Dean ganhou cicatrizes desde cedo. A mãe morreu de câncer quando ele tinha apenas 9. O pai, então, desistiu de criá-lo e Jimmy acabou com os avós. Ficou em Indiana até os 18 anos e rumou para a Califórnia. Começou a estudar interpretação na UCLA e logo foi descoberto como um talento.
Em pouco tempo, estava em Hollywood. Fez papéis menores, em filmes como “O Marujo Foi na Onda” e “Baionetas Caladas”, ambos de 1951, e em “Sinfonia Prateada” e “Atalhos do Destino”, de 1952 e 1953, respectivamente, para depois se consagrar.
“Vidas Amargas”, de Elia Kazan, e “Juventude Transviada”, de Nicholas Ray, os dois em 1955, o alçaram a astro do cinema. Quando “Assim Caminha a Humanidade” estreou, no ano seguinte, James Dean não estava mais aqui para receber os aplausos.
Como escreveu Luiz Carlos Merten no Estadão de hoje (link abaixo!), ele era insuperável em cenas de descontrole emocional. “Desnudava os sentimentos, chorava e gesticulava como se estivesse morrendo de tanta dor”, pontuou, com perfeição, o repórter.
Às 17h45 de 30 de setembro de 1955, seu Porsche 550 Spyder prateado se chocou violentamente com o Ford Tudor branco do estudante Donald Turnupseed. O rapaz saiu ileso. O mecânico Rolf Wütherich, passageiro de Dean, se feriu gravemente, mas se recuperou. Nunca quis falar sobre a tragédia.
O rebelde não aguentou. Por causa das várias lesões, principalmente as no pescoço, morreu na hora.
Na verdade, partiu para outra dimensão. Aqui, nesse pequeno ponto do universo, ele permanece.
Como em sua próprias palavras:
“If a man can bridge the gap between life and death, if he can live on after he’s dead, then maybe he was a great man.”
“Se um homem pode acabar com o abismo entre a vida e a morte, se ele pode viver depois que está morto, então, talvez, ele tenha sido um grande homem.”
O acidente:
Fontes: