Há 20 anos… dia 11 de junho de 1995.
O passaporte do pequeno Juninho para a Terra da Rainha. O “1” de Zagallo, a 10 às costas, precisou de 3 jogos para enfeitiçar os ingleses. Quatro meses depois, seria apresentado como astro pelo modesto Middlesbrough, então recém-promovido à primeira divisão.
Com Edmundo, Ronaldo e Cia., Juninho – que só depois ganharia o “Paulista” no nome – comandou a seleção brasileira na conquista da Copa Umbro, torneio amistoso organizado pela Federação Inglesa (FA) com o objetivo de testar os palcos para a Eurocopa de 1996 e também de preparar o English Team a um ano da competição.
Além de Brasil e Inglaterra, Suécia e Japão participaram. Em 3 de junho, os anfitriões bateram os japoneses em Wembley por 2 a 1, na abertura do certame patrocinado pela tradicional empresa de material esportivo.
Os donos da casa voltaram a campo no dia 8, em Leeds, e protagonizaram eletrizante duelo contra os suecos: 3 a 3, com direito a gol inglês nos acréscimos.
A Suécia empataria novamente dois dias depois, 2 a 2 diante do Japão. Os nórdicos terminaram com apenas 2 pontos, mas tiveram o artilheiro do torneio, o grandalhão Kennet Andersson (3 gols), aquele que já brilhara na Copa de 1994.
A seleção brasileira fez campanha brilhante, merecedora da taça. Com elenco formado por vários jogadores do tetra, o Brasil jogou futebol vistoso, agradável, ofensivo e eficiente.
Entre os 11 do técnico Zagallo, um mix azeitado, com a base formada de vários titulares da Copa dos EUA, como o capitão Dunga, o zagueiro Aldair, o lateral Jorginho e o meia Zinho, e um trio de ataque jovem e letal, com Juninho (22), Ronaldo (18) e Edmundo (24).
A estreia canarinho contra a Suécia, em 4 de junho, na cidade de Birmingham, teve tento vitorioso de Edmundo. Dois dias depois, no Goodison Park, em Liverpool, Roberto Carlos e Zinho (2) escreveram os 3 a 0 contra o Japão.
Então, dia 11 de junho, diante de quase 70 mil pessoas, incluindo o ministro extraordinário do Esporte, o Rei Pelé, Inglaterra (4 pontos) e Brasil (6 pontos) entraram no lendário Wembley para decidir quem ficava com o título.
No primeiro tempo, o English Team abriu a mala de ferramentas e parou a seleção na porrada e na tática. O Brasil teve duas chances claras: um chute cruzado de Roberto Carlos, pra fora, e outro de Ronaldo, que parou na trave de Tim Flowers. Pra completar, os ingleses acharam um gol, em chute felicíssimo de Le Saux, no ângulo esquerdo de Zetti. 1 a 0 Inglaterra.
Na etapa final, a estratégia de parar o jogo com faltas se voltou contra os anfitriões. Aos 10 minutos, Juninho cobrou com extrema categoria e deixou tudo igual. Sete minutos depois, o 10 brasileiro meteu passe açucarado e afetuoso para Ronaldo tirar Flowers e botar no fundo do gol inglês. Virada do Brasil.
Faltava o de Edmundo. Depois de chutão de Roberto Carlos da defesa, o camisa 7 aproveitou desvio desastrado da zaga e, já dentro da área, tocou com requintes de crueldade, por baixo das pernas do goleiro.
Brasil 3 x 1 Inglaterra. Festa em Wembley, com Dunga novamente erguendo o caneco.
Quase um mês depois, Zagallo levou o mesmo time-base para a Copa América, no Uruguai, onde o Brasil acabaria com o vice, derrotado pelos anfitriões nos pênaltis.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Lances e gols de Brasil 3 x 1 Inglaterra:
Reportagem de Marcos Uchôa, na Globo, sobre a final:
Fontes:
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