Há 40 anos… dia 11 de novembro de 1975.
“Em nome do povo angolano, o Comitê Central do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) proclama, solenemente, perante a África e o mundo, a independência de Angola”.
Assim falou Zaratustra, ou melhor, Antônio Agostinho Neto, exatamente à meia-noite de 11 de novembro de 1975, na futura Praça da Independência, em Luanda. O país se tornava a República Popular de Angola, a última colônia a conseguir independência de Portugal.
Não sem muita luta e uma guerra que durou quase 13 anos. E depois ainda teve outra guerra, diretamente ligada ao movimento de independência. Vamos ao resumo dos fatos.
No início de 1961, três diferentes grupos tomaram a frente na campanha pela independência: o MPLA de Agostinho Neto, a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA/UPA), de Holden Roberto, e a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), que tinha Jonas Savimbi como líder.
As facções se uniram em torno da independência e contra o governo português, representado pelas forças armadas. Pelo fraco poder bélico em relação a Portugal, o movimento recorreu à população, que foi conclamada à guerra pela autonomia do país.
Com a ajuda de outras nações, as forças nacionalistas iniciaram um combate de guerrilha contra o exército português. A Guerra de Independência se espalhou por todo o território da colônia. Por anos e anos…
No início dos anos 1970, o governo do ditador Antônio Salazar começava a ser contestado, em Portugal e d’além mar. A situação das colônias era uma das questões na ordem do dia. Além de Angola, Guiné-Bissau (1963) e Moçambique (1964) também estavam em pé de guerra contra a metrópole.
Então, já desgastada, as forças lusas cederam. Em 1974, logo depois da Revolução dos Cravos e da libertação de Guiné-Bissau, Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, termina a Guerra de Independência de Angola.
Em janeiro de 1975, as quatro partes envolvidas no conflito de independência (Portugal, MPLA, FNLA e UNITA) assinam os Acordos de Alvor. Entre outras questões, ficou decidido o 11 de novembro como dia da passagem de bastão, o primeiro capítulo da nova nação, a República Popular de Angola.
Entre janeiro e novembro, os grupos acabaram se desentendendo e o MPLA de Agostinho Neto tomou a liderança do processo. Assim, apesar da euforia e da celebração pela independência, Angola teria uma longa e sofrida caminhada até a verdadeira paz.
Uma triste guerra civil assolou o país até o início do século 21.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
O discurso de Agostinho Neto:
Fontes e +MAIS:
– tsf.pt