Há 60 anos… dia 19 de setembro de 1969.
“Nada mais será preciso escrevermos, para justificar o sucesso que alcançou a inauguração do monumental Estádio Olímpico do Grêmio Porto-Alegrense.”
Assim o jornal Correio do Povo concluiu reportagem sobre a abertura da nova casa do Grêmio, há exatos 60 anos. Uma casa que já não é o lar do Imortal Tricolor, mas que permanece no coração de todo gremista.
Um palco que viveu batalhas épicas inesquecíveis desde o pontapé inicial, em 19 de setembro de 1954. O jogo de inauguração do Estádio Olímpico, aliás, teve a marca do clube gaúcho: garra, briga e vitória. Triunfo renhido sobre o Nacional do Uruguai, pelo placar 2 a 0.
Os primeiros gols do Olímpico tiveram, veja você, o carimbo e o talento de dois jogadores negros. Tesourinha, histórico ídolo do rival Internacional, foi o autor da jogada do tento inaugural, marcado pelo também negro Vitor. Uma tabelinha que se repetiria no segundo gol.
“Tesourinha arrancou com a bola dominada e tabelou com Milton, que atraiu a marcação de Cruz e devolveu para o ponteiro, já dentro da grande área. O camisa 7 dominou e serviu Vitor, desmarcado, quase na marca do pênalti. O centroavante gremista emendou de primeira para o gol, com o pé direito. A bola morreu no canto esquerdo de Veludo, a atração made in Brazil do time uruguaio (foi reserva de Castilho na Copa da Suíça, em 1954).”
A descrição está no livro Jogos Monumentais, memórias do Estádio Olímpico, de Marcelo Ferla.
O marcador saiu do zero aos 20 minutos do segundo tempo, depois de muita confusão entre brasileiros e uruguaios. Provocações, entradas violentas, troca de farpas e “carícias” de lado a lado. A peleja até foi interrompida por 10 minutos no primeiro tempo, tamanha foi a desordem.
O saldo final foi a camisa rasgada de Quiroga, do Nacional, e a saída do nervoso Camacho no lado do Grêmio. A substituição do técnico húngaro László Székely acabaria por escrever a crônica do jogo. O então reserva Vitor sairia do banco para entrar na História do Imortal. Aos 37 minutos, marcaria o segundo, em nova jogada com Tesourinha.
E assim se fez a narrativa da inauguração do Olímpico.
Em 17 de fevereiro de 2013, o estádio viveria seu último jogo.
A Arena Grêmio, nova casa, seria inaugurada em 8 de dezembro de 2012.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Errata!: O @Prof_Rafinha nos alertou no Twitter e corrigimos aqui! Tesourinha não foi o primeiro negro a vestir a camisa do Grêmio. O clube já tinha jogadores negros no elenco desde a década de 1920, como conta reportagem do globoesporte.com. Tesourinha chegou ao tricolor gaúcho em 1952 e acabou se tornando um símbolo. Obrigado, Rafinha.
Vídeo da Zeppelin Filmes em homenagem ao Olímpico. De arrepiar!:
Fontes: