Há 145 anos… dia 13 de abril de 1870.
POR FRANCESCO DI TILLO*
“Com a finalidade de estabelecer e manter na referida cidade um Museu e Biblioteca de Arte, de incentivar e desenvolver o estudo das Belas Artes, bem como a aplicação de Arte na manufatura e na vida natural, de fazer avançar o conhecimento geral de assuntos afins, e para esse fim de fornecer instruções e recreações popular”, a Legislature of the State of New York instituiu a criação do Metropolitan Museum of Art, em 13 de abril de 1870 (foto acima).
Desde então, o Metropolitan, popularmente chamado de Met, nunca parou de oferecer esse conhecimento para os cerca de 6 milhões de visitantes que hoje atravessam suas portas todos os anos. E pensar que no dia da sua fundação não havia nenhuma sede e nem obras artística na sua coleção. Só em novembro de 1870 foi adquirido o primeiro objeto, um sarcófago de mármore da Roma antiga, do século III a.c., encontrado na Turquia e doado por dom de J. Abdo Debbas, o vice-cônsul americano em Tarso (cidade localizada na região histórica da Cilícia, atual província de Mersin). Será que era legalmente permitida essa doação?
Certo é que sua sede atual, o palácio em estilo neogótico com tijolos vermelhos presente no lado direito do Central Park, começou a ser construída só dez anos depois, em 1880, e os espaços arquitetônicos e suas coleções se ampliaram progressivamente até ocupar os atuais 180 mil m², hospedando mais de 2 milhões de objetos artísticos!
É não é só isso. Cada vez mais, o Met lança muitos eventos culturais, programas educativos, shows, performances, leituras, apresentações, festas e filmes. É o segredo dos grandes museus de hoje: mais do que lugares de conservação, contemplação e estudos acadêmicos, se tornaram verdadeiros parques de diversões.
É o conceito de Indústria Cultural e turística que está dominando as políticas públicas e privadas da arte e da cultura contemporânea. O Metropolitan, entre outros museus no mundo inteiro, com certeza contribuiu para fortalecer esse conceito nos últimos 40 anos. Tudo é consumo e tudo tem valor. É o mundo do espetáculo e tudo é arte!
Se você não teve a oportunidade de visitá-lo, pode assistir algumas memoráveis cenas do filme “Thomas Crown – A Arte do Crime (1999)”, versão revisitada do original de 1968, onde o famoso ladrão Thomas Crown, interpretado por Pierce Brosnan, consegue driblar todos os sistemas de segurança do Met para roubar o inestimável quadro de Manet, San Giorgio Maggiore ao Crepúsculo, uma peça fantástica, realizada entre 1904 e 1908, em pleno Impressionismo maduro, e que, na real, é conservada no National Museum of Wales.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
* Francesco Di Tillo é artista plástico italiano residente em São Paulo e um dos fundadores do espaço de arte autônomo Ponto Aurora (pontoaurora.com).
Veja cena de “Thomas Crown”:
Fontes: