Há 70 anos… dia 27 de janeiro de 1945.
“Entramos ao amanhecer de 27 de janeiro. Vimos algumas pessoas de pé em roupas listradas – eles não pareciam humanos. Eram pele e osso, somente esqueletos”.
“Tinha visto pessoas enforcadas, pessoas queimadas. Mesmo assim não estava preparado para Auschwitz…”.
“Imagina um complexo prisional, rodeado por campos menores, com capacidade para 60 mil a 80 mil pessoas, vindas de toda a parte do mundo. Ver o estado das pessoas que aqui ficaram – e compreender o que se passou aqui – é suficiente para perder o juízo”.
“Vi muitas coisas horríveis e de pesadelo nesta guerra, mas o que testemunhei em Auschwitz ultrapassa a imaginação”.
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“Já não pareciam pessoas. Tinham uma pele tão fina que se podia ver as veias e os olhos estavam salientes, porque os tecidos à volta tinham desaparecido. Quando esticavam as mãos, podia-se ver cada osso, cada tendão e articulação. Sentimo-nos tomados pelo terror. Ninguém nos tinha preparado para isto.”
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Anatoli Shapiro, Georgi Elisavestski, Genri Koptev. Três testemunhas do inferno.
Comandante do 1085º Regimento do Exército Vermelho, Shapiro foi o primeiro a entrar.
Militar soviético, Elisavestski se tornou comandante logo depois da libertação.
Sargento, Koptev ficou em choque.
Setenta anos atrás, eles faziam parte do exército soviético responsável pela libertação de Auschwitz, o campo de concentração e extermínio que matou 1,5 milhão de pessoas, cerca de 1 milhão de judeus.
O horror. O horror. O horror.
“Nós, sobreviventes, não queremos que nosso passado seja o futuro de nossas crianças”, disse Roman Kent, em cerimônia realizada hoje, em lembrança ao 70º aniversário da data, no próprio campo de concentração. Provavelmente, a última data redonda com sobreviventes vivos.
Nunca mais.
Cenas raras da libertação de Auschwitz:
Drone sobrevoa Auschwitz:
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– bbc.com