Há 1 ano… dia 27 de novembro de 2013.
Não à toa, ele ganhou o apelido de “Enciclopédia”. Não existe pensamento mais preciso e inteligente sobre a vida do jogador pós-futebol do que este acima (não deixe de ver!). Está na extraordinária série Futebol, de João Moreira Salles e Arthur Fontes, um verdadeiro tratado sobre a carreira de boleiro. Há várias lições de vida do mestre Nilton dos Reis Santos.
Rei e Santo. Provavelmente, o maior lateral-esquerdo que o mundo já viu.
O Nilton Santos do Botafogo e do Brasil.
Eterno esteio alvinegro, envergou por 729 jogos e 16 anos a camisa preta e branca. Foram 20 troféus e 11 gols. Pela seleção brasileira, fez 82 jogos, anotou 4 gols e conquistou 16 títulos, os mais importantes, claro, das Copas do Mundo de 1958 e 1962.
Perspicaz, gozador, esperto, o carioca da Ilha do Governador criou frases imortais sobre o futebol. “Não invejo os laterais de hoje pelo dinheiro que ganham, mas pela liberdade que tem para atacar”, disse, certa vez, sobre a função que executou com maestria. Outras frases e pensamentos estão na autobiografia Minha Bola, Minha Vida, um livro de memórias e histórias da sua estrada pelo mundo e pelos campos, lançado em 1998.
Cerebral, elegante, frio. “Alto, fisicamente forte, elegante e versátil, ele era geralmente calmo sob pressão, ágil para um homem tão grande, de resposta firme quando necessário e sempre pronto para ir ao ataque e fazer uso do seu forte pé esquerdo”, escreveu o inglês Guardian, no obituário de Nilton Santos.
“Nilton Santos foi desses craques que não olhavam para a bola”, escreveu Tostão, outro craque inteligente, hoje mestre das palavras e da análise do jogo. O colunista também relembrou a esperteza do craque na Copa de 1962, no famoso lance contra a Espanha, aquele em que Nilton faz falta dentro da área e marotamente dá um passo à frente, enganando o juiz sobre o local da infração. Gênio.
O eterno amigo Armando Nogueira tinha razão: “Tu, em campo, parecias tantos, e, no entanto, que encanto! Eras um só; Nílton Santos.”.
É certo que os grandes comparsas estão juntos, em algum lugar, relembrando histórias, falando da vida, do Botafogo, da seleção e do futebol.
Fontes: