Há 25 anos… dia 26 de outubro de 1989.
Acho que foi uma mensagem cósmica ou espiritual. Religiosa, talvez, já que a religião perpassa todo o álbum.
Na volta do trabalho semana passada, “Há Tempos” começa no rádio. Há tempos não ouvia e cantava, a plenos pulmões. “Pô, bem que podia ter uma efeméride do Legião…”, pensei, enquanto escutava o Renato otimista e redentor: Disciplina é liberdade/Compaixão é fortaleza/Ter bondade é ter coragem.
E a efeméride veio, como uma mensagem. Quem sabe, do próprio Renato!
EXISTEM CANÇÕES, ele escreve, terminando o texto do encarte de As Quatro Estações, o quarto álbum da Legião Urbana. Certas canções existem para sempre. Ficam. Nesse disco, quase todas ficaram.
As Quatro Estações é, sem dúvida, o trabalho mais pop deles. Dez das 12 canções tocaram freneticamente no rádio na época do lançamento. E continuam tocando!
É o melhor deles. Gosto muito do Dois por causa de “Tempo Perdido”, a minha preferida, com aquela melancolia triste e linda, a pegada Morrissey da letra e da melodia. Mas não dá pra negar que este perde para aquele.
Existem canções e elas estão em As Quatro Estações. “Há Tempos” abre com dor e redenção. “Pais e Filhos” clama pelo amor. “Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto” renova a mensagem de “Oriente”, do Gil, com inocência e sabedoria. “Meninos e Meninas” revela Renato Russo. “Monte Castelo” traz Camões e Bíblia com melodia de tempos imemoriais.
Que disco!
Nem a saída do baixista Renato Rocha no meio da gravação, por conta de desentendimentos com os outros, atrapalhou. Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá fizeram a obra-prima da Legião.
Para delírio dos insanos e fiéis fãs.
Amén.
Ouça “As Quatro Estações”:
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