Há 10 anos… dia 24 de outubro de 2004.
Eles eram “Os Invencíveis” (“The Invincibles”).
Na temporada 2003-2004, não perderam uma partida sequer em 38 disputadas. Foram 26 vitórias, 12 empates e a conquista inconteste do Campeonato Inglês. Recorde absoluto e inigualável em 130 anos de Premier League.
Um Arsenal para a História.
Lehmann; Lauren, Campbell, Kolo Touré e Ashley Cole; Gilberto Silva, Patrick Vieira, Ljunberg e Pires; Henry e Bergkamp. Era a base comandada por Arsene Wenger naquela conquista.
Um dia, claro, a invencibilidade chegaria ao fim. E esse dia foi 24 de outubro de 2004. Exatos dez anos atrás, quando completaria 50 partidas sem revés, o Arsenal foi, finalmente, vencido.
Já com um time um pouco modificado, é verdade, mas ainda muito forte, que vendeu caro a derrota, no duelo conhecido como “Batalha do Buffet” (“Battle of the Buffet”), “A Batalha de Old Trafford II” (“The Battle of Old Trafford II”) ou “Pizzagate”.
Coube ao Manchester United de Sir Alex Ferguson o papel de algoz. Para êxtase dos 67.862 presentes no Teatro dos Sonhos naquela tarde de domingo fria e chuvosa do outono britânico.
Antes de falarmos como foi a batalha, vale destacar alguns pontos.
O Campeonato Inglês da temporada 2004-2005 entrava na 10ª rodada. O início arrasador, com oito vitórias e um empate, deixava o Arsenal na ponta, dois pontos à frente do Chelsea, e ainda estendia a invencibilidade dos Gunners na Premier League para 49 jogos. O Manchester United, por sua vez, tinha campanha irregular: 3 vitórias, 4 empates e 1 derrota. Estava 11 pontos atrás do líder e adversário daquela tarde.
A diferença na tabela poderia sugerir favoritismo ao Arsenal. Mas se de um lado havia Henry, Bergkamp, Pires e Vieira, do outro tinha Rooney, Van Nistelrooy, Cristiano Ronaldo e Giggs!
Quando o árbitro Mike Riley trilou o apito, os Red Devils se jogaram à frente, empurrados pela massa fanática.
Duas (meias) chances com Giggs e Rooney, respostas do Arsenal no poderoso (e mortal) contra-ataque e uma oportunidade de ouro desperdiçada por Henry, com grande passe do brasileiro Edu e ótima intervenção do goleiro Roy Carroll, resumiram o renhido primeiro tempo sem gols.
A etapa final caminhava na mesma toada, com muita disputa e poucas ocasiões claras de gol. Até que o homem de preto mudou o curso do duelo (e da História). Aos 28 minutos, Rooney se jogou na área após combate sem toque do zagueiro Campbell e Riley apontou a cal.
Com enorme peso de ter desperdiçado a possibilidade de encerrar a série dos Gunners pouco mais de um ano antes e com os holofotes voltados por ter sido o protagonista de uma briga na mesma partida, Ruud van Nistelrooy foi pra bola. Lehmann de um lado, bola do outro. Celebração engasgada e visceral do holandês. Manchester 1 x 0 Arsenal, para delírio e explosão da torcida.
Abalados, porém, ainda de pé, os visitantes fizeram o que lhes cabia: ir à frente em busca do gol de empate. Cole chutou por cima a mais clara oportunidade de igualdade e de persistência da marca invicta.
Aos 35, Vieira recebeu o segundo amarelo e o vermelho após falta em Nistelrooy, fato que renderia atrito generalizado entre os jogadores ao fim do confronto.
Giggs desperdiçou dourada chance na frente de Lehmann, mas Rooney tratou de carimbar a vitória do United com gol no último giro do ponteiro.
Manchester United 2 x 0 Arsenal. O fim de uma era.
A refrega seguiu quente depois do apito final. Jogadores do Arsenal partiram pra cima de Nistelrooy, prontamente defendido pelos companheiros do Manchester. No meio da confusão, sobrou um pedaço de pizza (!) na cara de Alex Ferguson. Depois, se soube que o autor do “disparo” fora o jovem Cesc Fábregas!
Houve suspensão e multa para vários dos envolvidos na briga e, desde então, um jogo entre Manchester United e Arsenal é sempre especial.
O Chelsea de José Mourinho acabaria campeão da temporada 2004-2005, o segundo título inglês da história do clube londrino.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Melhores momentos e gols de Manchester United 2 x o Arsenal:
Fontes:
– bbc.com