Collor cai e Afif sobe em pesquisa do Datafolha

Dia 28 de setembro.

Collor cai e Afif sobe em pesquisa do Datafolha

Era a primeira pesquisa desde o início do horário eleitoral, em 15 de setembro. A manchete da Folha naquela quinta-feira (“Collor tem maior queda desde junho”) anunciava o recuo na liderança do candidato do PRN na corrida presidencial.

A sondagem feita nos dias 23 e 24 indicava declínio de nove pontos percentuais de Collor, de 42%, em junho, para 33% agora. Já Guilherme Afif Domingos, do PL, mostrava novo crescimento e já se posicionava empatado com Lula e Maluf, na terceira colocação, com 7% cada um. Brizola, do PDT, se firmava na vice-liderança, com 15%, um a mais do que o indicado em junho. Covas, do PSDB, aparecia na quarta colocação, com 6%.

Portanto, a diferença de Collor e Brizola, que era de 28 pontos em junho, caía para 18 no final de setembro, a pouco menos de dois meses para o primeiro turno, no dia 15 de novembro. A corrida estava aberta.

O editorial da Folha naquele dia, intitulado “Declínio de Collor”, fazia exatamente essa abordagem sobre a pesquisa, ou seja, havia um quadro de indefinição na sucessão presidencial. No entanto, o jornal lembrava sobre a ainda grande margem do “caçador de marajás” sobre Brizola, além de ressaltar o pouco crescimento do pedetista. A ascensão de Afif não provocava suspiros ao editorialista.

Já o colunista Clóvis Rossi apontava uma certeza que a pesquisa indicara: a realização do segundo turno, aliás, uma novidade no processo eleitoral do Brasil. “Até três semanas atrás, a hipótese de que Fernando Collor de Mello (PRN) liquidasse o jogo no primeiro turno era uma boa aposta. Hoje, já não existe”, escreveu.

A propósito, Collor reagiu com tranquilidade em relação à sondagem. Admitiu a queda, mas disse que os próximos números dariam um panorama mais nítido da corrida eleitoral. “É preciso verificar se esse percentual se repetirá em mais uma pesquisa, apurada com prazo superior a esta do Datafolha. Se for mantido esse número, poderá se falar em uma tendência de queda”, ponderou.

Indefinição. Essa era a palavra daquele momento nas eleições de 1989.

Trecho do programa eleitoral de Collor:

 Fontes:

– Acervo Folha

– Wikipédia

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