22 de agosto de 1964
“Esportista da mais alta categoria, Wilander teve sucesso com classe e dignidade incomuns”.
O site do International Tennis Hall of Fame não poupa elogios a seu ilustre membro, condecorado em 2002. Em curta biografia, além da classe e dignidade, exalta o temperamento exemplar, a técnica e a graça dentro de quadra, mesmo em momentos de pressão.
E, claro, reforça os atributos técnicos. “Um tenista com golpes de fundo implacáveis e extraordinária perspicácia e estratégia de defesa”.
Mats Wilander merece. Em mais de 15 anos de carreira no tênis profissional, venceu com categoria, espírito esportivo e talento.
“Conheci o Mats no Orange Bowl, aos 13 anos. Nos enfrentamos na primeira rodada. No meio do jogo, a raquete dele quebrou e, como ele não tinha outra, pegou uma emprestada de mim. Acabou vencendo e depois foi campeão”, relembra Dácio Campos, comentarista de tênis do SporTV.
Três anos depois, em 1979, o sueco nascido em Växjö despertaria a atenção do circuito ao conquistar Roland Garros, Europeu e novamente Orange Bowl na categoria sub-16, além do Europeu sub-18.
Em 1980, Mats Wilander estreou no circuito profissional. Mas o mundo do tênis o conheceria, de fato, em 1982.
Com apenas 17 anos, conquistou o primeiro de seus sete Grand Slams.
Foi no saibro de Roland Garros. Façanha maiúscula, com direito a vitórias sobre os principais nomes do momento, entre os quais verdadeiras lendas, como o argentino Guillermo Vilas, na grande decisão: 3 sets a 1, com parciais de 1–6, 7–6(8-6), 6–0, 6–4, em 4 horas e 42 minutos.
Antes, Wilander derrubara Ivan Lendl (2º cabeça-de-chave) nas oitavas de final, Vitas Gerulaitis (5º) nas quartas e José Luis Clerc (4º) na semi.
Aliás, no jogo que dava vaga à grande decisão, o jovem sueco teve atitude incrivelmente madura e espirituosa ao pedir replay de um lance. Não queria vencer com um veredito questionável do juiz. Saiu da França com a taça e com o prêmio Pierre de Coubertin World Fair Play.
A conquista de Roland Garros inauguraria uma carreira vitoriosa. Wilander venceu mais duas vezes no saibro francês (1985 e 1988), levou o Australian Open em 1983, 1984 e 1988 e ainda o US Open em 1988, em final antológica contra um já veterano Ivan Lendl. Teve ainda três conquistas de Copa Davis (1984, 1985 e 1987).
“Naquele jogo contra o Lendl, ele deu 1200 slices, golpe que não costumava fazer!”, relembra Dácio sobre o hoje grande amigo e inspiração como comentarista.
Hoje, Wilander comenta e bloga pelo Eurosport, da Inglaterra, mas já chegou a ser treinador de Marat Safin, Tatiana Golovin e Paul-Henri Mathieu, além de capitão da Suécia na Davis.
Continua batendo sua bolinha por aí. Com classe e dignidade.
A final do US Open de 1988, entre Wilander e Lendl:
Fontes: