Há 30 anos… dia 4 de junho de 1984.
Tenho quase certeza de que Bruce Springsteen foi meu primeiro ídolo. Bem antes dos Beatles, do Maguila ou do Raí. Quando a gente é criança, menino, não entende e não sabe muito bem o quê é e como surge essa coisa de ídolo. Surge meio do nada.
O que me lembro é do vinil de Born in the U.S.A. e do vídeo do “USA for Africa” o famoso “We Are The World”. O vinil do meu pai, com a foto icônica (da Annie Leibovitz). O vídeo histórico, com todas aquelas feras, que eu assistia com meus irmãos. Ansioso, esperava ele aparecer e soltar a voz rouca inconfundível!
No meio daquele monte de estrelas (ou “egos”, como disse Quincy Jones), Bruce aparece soltando o brado no refrão, e depois, em lindo e harmônico dueto com Stevie Wonder. O grave rouco e o agudo cristalino. Ebony and Ivory reinventado.
Do vinil, lembro da faixa-título. Aquela batida seca, metálica, seguida da voz rouca, forte. Tudo aquilo era muito forte, principalmente para um menino. Depois fui saber que a letra era bem forte, falava sobre uma cicatriz americana, a Guerra do Vietnã.
O fato de Bruce Springsteen ter atingido com força até um menino de 6, 7 anos, no Brasil, dá uma medida de como Born in the U.S.A. colocou “The Boss” no panteão do pop. Trovador nato, contador de história ímpar, ele tinha enorme alcance dentro dos Estados Unidos. O disco, o oitavo da carreira, o alçou a patamar estratosférico. Ele virou pop.
Pra se ter ideia, o álbum de 12 faixas teve 7 singles lançados. Todos – eu disse TO-DOS – figuraram no top 10! Com isso, Bruce igualou simplesmente Thriller, o mega-disco do Rei do Pop Michael Jackson, de 1982, até hoje um dos maiores sucessos de venda da história da indústria da música.
“Born in the U.S.A.”, “Cover Me”, “I’m on Fire”, “I’m Goin’ Down”, “My Hometown” e as grudentas “Glory Days” e “Dancing in the Dark” foram os compactos do disco.
Aliás, outra lembrança forte é o clipe de “Dancing in the Dark”. Meu pai tinha o vídeo gravado numa VHS, se não me engano a mesma que tinha o clipe de “We Are The World”. Minha irmã, Beatriz, adorava assistir. Bruce chamava uma menina da plateia pra dançar. Pouco tempo atrás, descobri que é a Courteney Cox!
Born in the U.S.A. foi o album mais vendido nos Estados Unidos em 1985 (15 milhões de cópias) e até hoje é o mais bem-sucedido da carreira de Bruce.
Em 2013, me vi em um túnel do tempo emotivo surreal quando assisti a meu primeiro ídolo ao vivo, no Rock in Rio. Foi muito forte. Foi mágico. Um menino e seu herói. Arrepia só de lembrar.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Ouça Born in the U.S.A.:
Fontes: