Há 50 anos… dia 31 de março de 1964.

Nasci em 1981. Não vivi quase nada da ditadura militar (1964-1985).
Mas posso dizer que tenho certo conhecimento do que aconteceu.
Sei que foi Golpe, não Revolução. Golpe.
Sei que houve tortura e morte. Muita tortura. Muita morte.
Sei que foi Ditadura, não “Ditabranda”.
E ditadura, aprendi nas aulas de História e com minha mãe, historiadora, é uma ditadura.
Seja de esquerda, seja de direita, ditadura é ditadura.
Nela, a liberdade é interrompida, calada, pisada, vilipendiada, suprimida.
Ditadura é ditadura. Ponto. Não há floreios ou contemporizações, do tipo “a economia cresceu” ou “houve distribuição de renda”.
Sim, “é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade”, como dizia comercial do jornal da “ditabranda”.
Nada, repito, NADA justifica uma ditadura.
Naquele 31 de março de 1964, o Brasil sofreu um Golpe Militar. Um cara eleito democraticamente foi retirado do cargo e expulso do País. A justificativa que se dá (e que se deu à época) é: o cara ia levar o Brasil para uma ditadura de esquerda. Mas você não pode derrubar um presidente porque ele dá sinais de que vai romper com a Constituição! Você derruba um presidente no Congresso (segundo a Constituição) se ele de fato rompe com a regra do jogo.
Naquele momento, quem deu o golpe rompeu com o regra do jogo democrático.
E isso não se justifica. Em qualquer lugar, em qualquer época, sob qualquer circunstância.
É fundamental a qualquer País conhecer seu passado. Saber o quê, de fato, aconteceu. Ler nos livros de História a verdade factual, como disse Hannah Arendt. É muito importante que a verdade factual esteja nos livros de História de nossos filhos, netos, dos futuros brasileiros.
Há 50 anos, nenhum jornal deu como manchete o título (e a foto-montagem) deste post para definir o que aconteceu no Brasil. Usaram o termo “Revolução”, infelizmente utilizado até hoje! Uma mentira. E ponto.
Para que isso nunca mais aconteça, é necessário relembrar sempre: Golpe e Ditadura. Tortura e Morte.
Nunca mais.
Na manhã de 2 de abril, sob aplausos do Congresso, o presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, declarou vago o cargo de Presidente da República. Imediatamente, convocou Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara, a tomar o comando do governo.
Nove dias depois, o Marechal Castelo Branco assumia o poder.
Mergulhamos nas trevas até 1985.
O resto é História. Uma triste e tenebrosa História.
Nunca mais.
Trailer do documentário “O Dia que Durou 21 Anos”, de Camilo Galli Tavares:
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