Há 20 anos… dia 1º de abril de 1994.
“As maravilhas da vida cotidiana são emocionantes. Nenhum diretor de filme pode organizar o inesperado que você encontra na rua”.
Conhecido por “O Beijo”, Robert Doisneau foi muito mais que a famosa fotografia dos amantes em momento apaixonado. Ao lado de Henri Cartier-Bresson, é um dos precursores do fotojornalismo e um dos mais expressivos retratistas de Paris. Com olhar sensível e técnica singular, captou, como nenhum outro fotógrafo, momentos, tipos e cenas da Cidade Luz e arredores.
Nascido em Val-de-Marne, um distrito ao sul da capital francesa, no dia 14 de abril de 1912, Doisneau perdeu o pai aos quatro anos – na Primeira Guerra Mundial – e a mãe aos sete. Aos 17 anos, se formou em gravura e litografia na École Estienne. Nessa época, já tirava suas fotografias.
Em 1931, começou a trabalhar como assistente do fotógrafo modernista André Vigneau. No ano seguinte, vendeu sua primeira foto, para a revista Excelsior. Em 1934, virou fotógrafo publicitário da Renault, o que, posteriormente, chamou do “início de sua carreira e fim de sua juventude”.
Demitido em 1939, por causa de constantes atrasos, Doisneau se virou como freelancer, mas logo foi contratado pela agência de Charles Rado. Começa aí a história como talentoso retratista.
Mas havia uma guerra no meio do caminho… O conflito obrigou Doisneau a se alistar no exército francês. Como soldado e fotógrafo! Até 1940, lutou pelo exército. Depois, fez parte da Resistência Francesa. Com sua habilidade em litografia e gravura, forjou passaportes e papéis para permanecer ao lado dos partisans.
Após a Segunda Guerra, seu trabalho vira arte. Suas fotografias mais marcantes são desse período, como “O Beijo”, de 1950, publicada na revista Life. Aliás, a disputa por direitos de imagem e a briga nos tribunais por causa da foto causaram enorme desgosto em Doisneau.
Doisneau passou pela Alliance Photo, teve convite para trabalhar na Magnum Photos, de Bresson e Robert Capa, mas retornou à Rapho, de Charles Rado, onde permaneceu até se aposentar.
Foi casado com Pierrette Chaumaison, de 1936 até a morte dela, em 1993. Tiveram duas filhas: Aneette (1942), que virou assistente dele a partir de 1979, e Francine (1949).
Robert Doisneau morreu em 1º de abril de 1994, aos 81 anos. Sua arte é eterna.
Veja doodle do Google por ocasião do centenário de Doisneau, em 2012:
+ MAIS: Não deixe de ver o vasto portfólio de Robert Doisneau, em seu site oficial!
Fontes: