Há 35 anos… dia 11 de fevereiro de 1979.
“Esta é a voz da revolução. A ditadura terminou”.
Assim anunciava a rádio oficial iraniana, como mostra a edição da Folha de S. Paulo de 12 de fevereiro de 1979.
Vitória da Revolução Islâmica.
O processo iniciado pouco mais de um ano antes derrubava o Xá Reza Pahlevi e sua monarquia autocrática.
Assumia o aiatolá Ruhollah Khomeini, que estabeleceu a República Islâmica do Irã.
Atualmente, o afastamento político do país em relação ao Ocidente, principalmente aos Estados Unidos, chamado por Khomeini de “Grande Satã”, é menos intenso. As relações estão mudando.
Afinal, muita coisa aconteceu nesses 35 anos.
O processo que derrubou o Xá Reza Pahlevi começou ainda em janeiro de 1978. Sufocado por pobreza e inflação, esgotado com a perpetuação do Xá, no poder desde 1941, reprimido por censura e prisões de opositores ao regime, e influenciado à força pela cultura ocidental, o povo iraniano estava cansado.
O caldo fervia. Bastava um líder capaz de comandar a massa e derrubar Pahlevi. Exilado no Irã há mais de 14 anos, o aiatolá Ruhollah Khomeini guiava as ações dos descontentes.
Em dezembro de 1978, dois milhões de pessoas foram às ruas para pedir o fim do regime. O exército desobedeceu ordens para reprimir a multidão e o Xá se viu cada vez mais isolado. Em janeiro de 1979, fugiu do país e deixou caminho aberto para Khomeini.
Em 1º de fevereiro, Teerã parou para saudar o grande líder. Khomeini teve recepção de Deus, ou melhor, Alá. Esperto, assistiu aos desdobramentos finais da Revolução Islâmica de longe, para somente depois tomar o poder.
Em abril, o Irã se transformou, oficialmente, em uma república islâmica, e Khomeini em líder supremo do país. Sua morte, em 1989, desencadeou um processo de abertura e de reaproximação do Ocidente.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Documentário sobre a Revolução Islâmica no Irã:
Fontes: