Há 45 anos… dia 8 de fevereiro de 1969.
Na capa, Chicago, Guerra do Vietnã e Soul Music.
A “última” edição de um ícone da imprensa americana foi às bancas no dia 8 de fevereiro de 1969.
De 1821 até aquela data, a revista The Saturday Evening Post influenciou toda e qualquer publicação nos Estados Unidos, criou tendências editoriais e estéticas e abriu espaço para poesia, literatura, ficção e quadrinhos, com pouco ou nenhum espaço na mídia impressa até então.
Norman Rockwell produziu capas inesquecíveis.
Ray Bradbury, Agatha Christie, William Faulkner, F. Scott Fitzgerald, Kurt Vonnegut, Edgar Allan Poe, John Steinbeck, entre tantos outras feras da literatura, passaram pelas páginas.
Poetas como Carl Sandburg, Ogden Nash, Dorothy Parker e Hannah Kahn também colocaram seus versos no Post.
No início de 1969, um processo de difamação levou a revista a fechar as portas.
O declínio de prestígio já diminuíra no fim dos anos 1950, começo dos 60. A TV, as opiniões conservadoras, a dificuldade cada vez maior de conseguir escritores de peso, que rumaram para outras revistas por conta de mais dinheiro e notoriedade. Tudo contribuiu para a gradual queda de influência da revista.
O golpe final, no entanto, foi a derrota na Suprema Corte Americana.
Um artigo de 1967 inferiu que Paul “Bear” Bryant e Wally Butts, técnicos de futebol americano, teriam armado o resultado de um jogo entre a Universidade do Alabama e da Georgia. Butts processou a Saturday Evening Post e o caso acabou na mais alta corte dos EUA.
Resultado: a Curtis Publishing Co, editora da publicação, foi obrigada a desembolsar mais de US$ 3 milhões como indenização, uma fortuna na época.
De quebra, perdas estimadas em US$ 5 milhões em 1968 não deixaram outra alternativa ao novo presidente da empresa, Martin Ackerman.
O anúncio foi feito: a edição de 8 de fevereiro seria a “última”.
Por quê as aspas? Porque em 1971, a Saturday Evening Post renasceu pelas mãos do rico industrial de Indianápolis Beurt SerVaas. Aliás, SerVaas faleceu no último domingo, dia 2.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Veja reportagem sobre a digitalização da Saturday Evening Post:
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Fontes: