Há 25 anos… dia 15 de janeiro de 1989.
Foi o réquiem de um conturbado e desastroso governo, o primeiro da Nova República do Brasil, depois de 21 anos de ditadura militar.
“Brasileiros e Brasileiras”, chamou o presidente José Sarney, no bordão que virou sua marca. Em quase 40 minutos de pronunciamento no rádio e na TV, anunciou o Plano Verão, a derradeira tentativa de arrumar a economia brasileira.
O maior inimigo: a inflação.
“Quero fazer uma convocação a todos para uma guerra total ao processo inflacionário, com as armas mais duras e as medidas mais profundas jamais tomadas neste país para enfrentar esse problema”, pediu o presidente.
As medidas:
– congelamento de preços
– criação de uma nova moeda, o Cruzado Novo (com valor de mil cruzeiros)
– desvalorização do câmbio em 17%
– 1 dólar passa a valer 1 NCz$ (1 Cruzado Novo)
Além disso, seis ministérios foram extintos e os gastos do governo restringidos.
Foi a terceira tentativa da gestão Sarney de conter a inflação e botar a casa em ordem por meio do congelamento de preços. Assim como os Planos Cruzado (fevereiro de 1986) e Bresser (junho de 1987), o Plano Verão também fracassou.
Aliás, antes do insucesso, a nova cartada foi recebida com ceticismo, desconfiança e até indiferença por economistas, políticos e população em geral.
“Antes mesmo de o presidente Sarney anunciar pela TV seu novo programa antiinflacionário, os cariocas já haviam batizado o Plano Verão de Bateau Mouche V, numa alusão ao Bateau Mouche IV, que naufragou no réveillon, matando mais de 50 pessoas”, dizia trecho da Edição Extra do Estadão, de 17 de janeiro de 1989.
O País seria abalado por outro plano econômico já no ano seguinte, em 1990, quando o novo presidente, Fernando Collor de Mello, anunciou o Plano Collor e confiscou a poupança de todo o Brasil.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Fontes: