Há 85 anos… dia 10 de janeiro de 1929.
“Tintim sou eu. Ele reflete o melhor e o mais brilhante em mim; ele é a minha face bem-sucedida. Eu não sou um herói. Mas, como todos os garotos de 15 anos, sonhei em ser um… e nunca parei de sonhar. Tintim realiza as coisas mais extraordinárias em meu nome”.
Georges Remi começou a criar Tintim na sala de aula.
O amor pelo desenho apareceu bem cedo. Com sete anos, rascunhava, nas margens de seus cadernos escolares, histórias sobre um personagem que aprontava pra cima de soldados alemães. A Europa vivia a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Na adolescência, ingressou nos escoteiros. Nessa época, nasceu Totor, um escoteiro aventureiro, grande base para sua maior criação. Remi teve os primeiros desenhos publicados, em jornais e informativos dos escoteiros e, depois de experimentar diversos pseudônimos, encontrou o ideal em 1924.
A pronúncia, em francês, das iniciais invertidas de seu nome (RG) criava o fonema Hergé.
E assim Georges Remi virou Hergé.
Pouco tempo depois, se tornou cartunista e repórter fotográfico do diário Le Vingtième Siècle, de Bruxelas. Assumiu o comando do suplemento juvenil do jornal, Le Petit Vingtieme, que saía às quintas-feiras.
Começou a pensar em um novo personagem. Seria o irmão mais novo de Totor, um jornalista com espírito de escoteiro. Com o cargo de redator-chefe do suplemento juvenil, Hergé tinha acesso a notícias de exploradores, como do francês Albert Londres. Os feitos de Londres foram fonte de inspiração para a criação de Tintim.
No final de 1928, Hergé publicou uma tira no semanário Le Sifflet, com um garoto e um cachorrinho branco.
Mas o dia 10 de janeiro é considerado o nascimento oficial de Tintim – e de Milu! Nessa data, apareceram pela primeira vez no Le Petit Vingtieme. A primeira aventura, “Tintim na Terra dos Soviéticos”, foi publicada semanalmente até maio de 1930.
Foi sucesso imediato e absoluto entre crianças e adultos.
Difícil não simpatizar com a inteligência e perspicácia do jovem explorador e o charme de Milu. Tem ainda os irmãos Dupont e Dupond, o capitão Haddock, o professor Girassol…
Pouco antes de morrer, em 1983, Hergé concedeu os diretos de levar Tintim para as telas do cinema ao diretor Steven Spielberg, de quem era admirador.
O filme “As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne” sairia, finalmente, em 2011.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Veja trecho da animação de “O Caranguejo das Tenazes de Ouro”, de 1947:
Fontes: