Há 60 anos… dia 25 de novembro de 1953.
“Até aquele jogo, nós pensávamos que todo mundo era nosso pupilo, que nós éramos os mestres. Contra a Hungria, tudo mudou. Eles eram os mestres. Nunca mais fomos os mesmos.”
Robert William Robson tinha 20 anos naquele 25 de novembro de 1953. Era um entre os mais de 100 mil espectadores que foram ao Wembley com a certeza de mais uma vitória do English Team no templo do futebol. Voltou para casa com o sentimento de fim dos tempos. O mundo nunca mais seria o mesmo depois daquele jogo.
O garoto de 20 anos é Bobby Robson, na época já um respeitado jogador em início de carreira. Depois, um renomado e conhecido treinador de grandes clubes, como PSV, Porto e Barcelona, além da seleção inglesa. Foi o comandante na Copa de 1990, a melhor campanha da Inglaterra depois do título de 1966.
Robson retratou com precisão o que foi o “Jogo do Século” (“Match of the Century”), na definição da imprensa britânica.
“Nenhuma outra partida que não valia nada valeu tanto”, escreveu brilhantemente Mauro Beting, no livro As Melhores Seleções Estrangeiras de Todos os Tempos. Também nas palavras do Mauro, “o amistoso mais importante da história do futebol”.
De um lado, a Hungria, campeã olímpica em Helsinque-1952, invicta há 22 jogos (19 vitórias e 3 empates).
Do outro, a Inglaterra, invicta em Wembley, sem perder um jogo em casa para uma seleção não-britânica desde 1901.
O palco: o lendário Wembley.
O placar: Inglaterra 3 x 6 Hungria.
Uma aula magiar aos bretões, os inventores do esporte bretão.
Ao final dos 90 minutos, as bases do futebol mudariam para sempre.
A ovação dos 105 mil presentes ao time magiar foi a celebração à novidade. Nascia o 4-2-4, de jogo rápido, envolvente, sensual e esteticamente belo. Comandados pelo obstinado Gusztav Sebes, Puskas, Kocsis, Hidekguti, Czibor e Cia. não deram chance ao envelhecido, lento e previsível futebol praticado pelos ingleses.
O esquema do WM inglês (3-2-2-3), instituído em 1925, viveu seu último ato naquele dia. A goleada iniciou um processo de transformação do jogo inglês, a começar pelo preparo físico e pela tática, duas armas letais daquele inesquecível esquadrão húngaro.
Esquadrão histórico e sem Copa, como o Brasil de 1982 ou a Holanda de 1974.
Pouco antes da Copa de 1954, aliás, Hungria e Inglaterra fizeram a revanche, dessa vez em Budapeste. Placar: 7 a 1 para os anfitriões.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Veja os gols de Inglaterra 3 x 6 Hungria (destaques para o primeiro, de Hidekguti, e o terceiro, de Puskas):
Para assistir a íntegra do “Jogo do Século”, clique aqui.
Fontes: