Novela Beto Rockfeller estreia na TV Tupi

Há 45 anos… dia 4 de novembro de 1968.

4nov13

Um divisor de águas.

Assim foi Beto Rockfeller.

Pode-se dizer que existe uma teledramaturgia brasileira antes e outra depois da novela de Cassiano Gabus Mendes e Bráulio Pedroso.

Foi ao ar pela TV Tupi de 4 de novembro de 1968 a 30 de novembro de 1969.

A revolução estava em tudo: do texto livre e coloquial, com expressões cotidianas e gírias como “bicho”, passando pela trilha sonora, com músicas pop da época, até o protagonista, o primeiro anti-herói das novelas brasileiras.

Protagonista interpretado pelo jovem, engraçado e ótimo Luiz Gustavo. Beto Rockfeller é um típico representante da classe média da época. Mora no bairro de Pinheiros, em São Paulo, junto com os pais, Pedro e Rosa, e a irmã, Neide, e trabalha em uma loja de calçados na conhecida Rua Teodoro Sampaio.

Com esperteza, inventa um parentesco distante com o magnata americano, se passa por um milionário e começa a frequentar a alta-sociedade, com objetivo de aplicar o famoso golpe do baú.

Escorado pelos amigos Vitório e Saldanha, vividos por Plínio Marcos (ele mesmo!) e Ruy Rezende, nosso anti-herói se desdobra para não ser descoberto, principalmente pela namoradinha rica, Lu (Débora Duarte), seu passaporte para a high society.

Beto fica dividido entre a glamorosa vida ao lado de Lu e a humilde realidade com Cida (Ana Rosa), a namoradinha do bairro onde mora. Pra complicar, uma terceira mulher entra em cena: Renata (Bete Mendes), socialite decadente que sabe bem quem é ele.

Beto Rockfeller também foi inovadora no drible à censura dos tempos de ditadura, acirrada com o AI-5, pouco mais de um mês após o início da novela. Para se desvencilhar dos censores, alguns capítulos eram gravados minutos antes de ir ao ar e tinham críticas veladas ao momento do País.

A direção de Walter Avancini e Lima Duarte – ele mesmo, que além de dirigir ainda fez quatro personagens! – criou um estilo novo de interpretação, um modelo que passou a ser seguido dentro da teledramaturgia nacional.

O elenco também ajudava. Olha o timaço: Marília Pêra, Irene Ravache, Walter Forster, Maria Della Costa, Jofre Soares, Eleonor Bruno, Walderez de Barros, Pepita Rodrigues, Etty Fraser, Martha Overbeck, Zezé Motta, Jayme Barcellos, Marilda Pedroso, Gésio Amadeu, Rodrigo Santiago, Theo De Faria… Muito talento junto!

Definitivamente, Beto Rockfeller marcou a produção brasileira de novelas e deixou saudade. Infelizmente, existem poucos capítulos gravados, já que a TV Tupi utilizava a mesma fita para registrar o novo episódio. Há alguns poucos no acervo da Cinemateca Brasileira, em São Paulo.

Quatro anos depois do sucesso, Bráulio Pedroso escreveu uma continuação, A Volta de Beto Rockfeller, que tinha alguns atores do elenco original, mas não obteve, nem de perto, o sucesso e a repercussão da trama de 1968.

Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.

Veja a abertura de Beto Rockfeller:

Fontes:

– Wikipédia

– O Globo

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