19 de outubro de 1913
O ar está cheio de murmúrios misteriosos. Uma tempestade de primavera desenha uma moldura lúgubre em torno da chácara do coronel Antonio Burlamaqui dos Santos Cruz, na rua Lopes Quintas, Gávea. Imensa chácara, atravessada ao fundo por um rio e que se prolonga até o sopé do Corcovado. Venta. Numa pequena casa de um pavimento na fronteira do terreno com a rua, Lidia, de dezenove anos, filha mais velha do coronel e casada com seu ex-professor de francês, Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, dá à luz seu segundo filho. No quintal, contorcidas por uma tempestade de primavera, carambolas e mangas são arrancadas dos galhos. Uma das janelas do quarto, com as trevas rompidas, é contida com dificuldade. O cenário, obscuro e claustrofóbico, evoca um romance gótico reeditado nos trópicos. Nele, trêmulo como se o vento invadisse seu corpo e o sacudisse por dentro, Vinicius de Moraes nasce. Estamos no dia 19 de outubro de 1913.
Vinicius de Moraes – O Poeta da Paixão, uma biografia, de José Castello
Salve, Vinicius de Moraes!
Saravá, Vina!
Há 100 anos você chegava ao mundo.
Hoje, mais do que qualquer outro dia, o Brasil te celebra, te recorda.
É difícil para este pobre escrevinhador te homenagear à altura.
Não será suficiente.
Porque você, Vinicius, além da poesia, da música, da prosa, nos ofereceu a coisa mais bonita do mundo: o amor.
Você nos mostrou, poeta, que nada é mais importante do que ele, o amor.
Nos mostrou que é preciso seguir o caminho do amor e da paixão.
O caminho do peito aberto, da entrega, da doação ao amor e à paixão.
Nos ensinou que os amigos são tudo. E que as mulheres são muitas!
Como um grande avô, nos fez (e nos faz!) rir, chorar, cantar, viver. É isso!
Vinicius de Moraes foi, e ainda é, o avô que todo brasileiro quer ter!
Parece, poeta, que você é da família.
Porque, de algum modo, cada brasileiro já bebeu contigo, já cantou contigo, já tomou banho na banheira contigo!
Você é alguém querido que conhecemos e amamos.
É o avô sábio, mas nunca superior.
Vivido, nunca velho.
Melancólico, nunca trágico.
Triste, mas belo.
Poetinha, mas nunca, nunca menor!
“Vinicius é o único poeta brasileiro que ousou viver sob o signo da paixão”, disse Carlos Drummond de Andrade, que um dia chegou a confessar que queria ter sido você.
Obrigado, Vina!
Por tudo.
A benção, Vinicius de Moraes!
Fontes:
Um agradecimento ao escritor José Castello, pela biografia definitiva de Vinicius de Moraes. Procure saber onde comprar, porque vale a pena!
– Biografia Vinicius de Moraes – O poeta da paixão, de José Castello
Outro agradecimento ao site do poeta, hoje reformulado para celebrar o centenário!
> Leia AQUI todos os posts do ESPECIAL VINICIUS DE MORAES, 100 ANOS!
Um comentário sobre “Vinicius de Moraes, 100 anos”