Há 40 anos… dia 13 de outubro de 1973.
Definitivamente, 1973 foi um ano de discos emblemáticos.
Em outubro, depois de tantos lançamentos surpreendentes e conceituais, Herbie Hancock apresentou sua bomba sonora.
A obra-prima do jazz funk.
Head Hunters abalou as estruturas do jazz, já chacoalhadas pelo gênio Miles Davis. Miles in the Sky, de 1968, foi seu primeiro álbum a incorporar elementos elétricos. O disco é um marco para o jazz fusion, a fusão do jazz com rock, R&B e outros estilos.
E quem estava no piano elétrico em Miles in the Sky? Herbie Hancock.
Possivelmente, a ideia de Head Hunters tenha nascido em Miles in the Sky.
Pouco depois, Herbie começou a ensaiar o que viria em 1973, com a série de álbuns experimentais que precedeu a sua aula de jazz funk. Mwandishi (1970), Crossings (1971), e Sextant (1972) inauguraram um período de nova direção na carreira do pianista.
Para Head Hunters, Herbie criou nova banda, The Headhunters, que tinha somente Bennie Maupin como remanescente do antigo sexteto. Nova banda, novo som.
Head Hunters é algo absolutamente inovador e inesperado quando se fala de jazz e de música.
O álbum abre com um terremoto sonoro de 15 minutos de duração. “Chamaleon” é uma explosão de sons, efeitos e ritmo, com uma batida sincopada da bateria de Harvey Mason, o baixo nervoso de Paul Jackson e as mãos precisas de Herbie ao piano elétrico.
“Watermelon Man” é a única faixa já conhecida. Presente no primeiro álbum de Herbie Hancock, Takin’ Off, ganhou nova versão em Head Hunters. Começa com um som de garrafa, literalmente, tirado pelo percussionista Bill Summers. A faixa termina com um estouro de batidas africanas.
“Sly” é um tributo a Sly Stone, o fundador e líder do Sly & the Family Stone e traz um suingue de funk à altura da famosa banda americana.
“Vein Melter” talvez seja a faixa que remete mais ao jazz puro, com os metais suaves de Maupin. Aí aparece Herbie Hancock no piano elétrico Fender Rhodes e no sintetizador para nos brindar com um grand finale da viagem jazzfunkeira de Head Hunters.
“Thrust”, de 1974, foi a extensão da experimentação de Head Hunters.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Ouça (bem alto!) Head Hunters:
Fontes: