De 1968 até meados de 1971, Vinicius passaria tempos difíceis.
O ano de 1968 é a essência dos mares agitados desse período. É, também para o poeta, um ano difícil, interminável.
Em fevereiro, morre D. Lydia, sua mãe, o que deixa Vinicius desorientado.
Em dezembro, o AI-5 tira Vinicius do Itamaraty, além de levar o País às trevas.
Em meio ao turbilhão, ele conhece o que viria a ser sua sexta mulher.
Conta José Castello:
Cristina Gurjão oferece ao poeta um amor morno e desesperançado. E até violento, que termina em passos de guerra. Que combina com o regime de medo implantado, no mesmo ano, pelo ato institucional nº 5, com que os militares terminaram de amordaçar o Brasil. Vinicius, debilitado pela perseguição política e pela época de baixa para a MPB, se resigna. Pela primeira vez, se oferece à mulher com um amor passivo. O poeta, num retrocesso, nela parece buscar algo da Grande Mãe. É Cristina, ativa e dura com seu espírito de camponesa, que conduz o amor. E, como ele mesmo descreverá mais tarde, ele entra em sua “fase negra”. Cristina Gurjão será uma corajosa testemunha desse período.
O casamento começa com uma declaração de amor. Vinicius canta e oferece “Pela luz dos olhos teus” à Cristina, que cai nas redes do poeta. Pouco mais de um ano depois, tudo termina em briga.
De positivo, mais uma filha, Maria, a quarta mulher e último filho do poeta.
Fontes:
– Biografia Vinicius de Moraes – O poeta da paixão, de José Castello