Há 20 anos… dia 23 de julho de 1993.
“Sete meninos de rua são mortos em chacina no Rio”
Assim estampava uma das manchetes da capa da edição de 24 de julho de 1993 do Estadão. E lá se vão 20 anos da bárbara Chacina da Candelária, como depois ficou conhecido o assassinato de oito moradores de rua, entre eles uma criança de 11 anos.
Por volta das 23h46 daquele dia, um grupo formado por policiais civis e militares e armado de fuzis disparou fogo contra 70 crianças que dormiam em frente à Igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro.
Oito meninos de rua morreram: Paulo Roberto de Oliveira, 11 anos, Anderson de Oliveira Pereira, 13 anos, Marcelo Cândido de Jesus, 14 anos, Valdevino Miguel de Almeida, 14 anos, “Gambazinho”, 17 anos, Leandro Santos da Conceição, 17 anos, Paulo José da Silva, 18 anos e Marcos Antônio Alves da Silva, 19 anos.
O crime comoveu o Brasil e ganhou repercussão internacional. Três policiais militares foram condenados à prisão. Líder dos assassinos, o soldado Marcus Vinícius Emmanuel Borges, hoje com 46 anos, está foragido. Julgado e condenado três vezes (com pena de 300 anos), passou 18 anos na cadeia, foi beneficiado com indulto, mas teve novo mandato de prisão expedido e hoje é perseguido pela Justiça.
Os outros dois PMs estão livres, já que tiveram as penas extintas. Marcos Aurélio Dias Alcântara e Nelson Oliveira dos Santos Cunha foram condenados a mais de 200 anos cada um, mas hoje estão em liberdade.
Wagner de Oliveira, uma das crianças que sobreviveram aos tiros, virou testemunha-chave para a condenação dos assassinos. Em 1994, no entanto, sofreu outro atentado, na Central do Brasil, e acabou levado ao exterior pela Anistia Internacional, pelo Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas.
Outro sobrevivente não teve destino feliz. Sandro Barbosa do Nascimento tinha 15 anos quando presenciou a Chacina. Sete anos depois, em 2000, sequestrou um ônibus da linha 174 e acabou morto, asfixiado dentro do camburão da PM do Rio.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Fontes:
Um soco no estômago! Mas, necessário. Recordar as porradas (também) é viver!
Obrigado pela audiência qualificada!
Abração,
éfemello.
Que porrada, essa efeméride ! Importantíssima, porém.