Coppi domina o Tour de France

Há 65 anos… dia 19 de julho de 1952.

POR LEANDRO BITTAR*

Há 65 anos, o público se apertou na arquibancada do velódromo do Estádio Parc des Princes para celebrar a segunda vitória do fabuloso ciclista italiano Fausto Coppi no Tour de France. Il Campioníssimo, como também era conhecido, chegou em Paris com todas as honras após dominar a 39ª edição da prova mais importante do ciclismo mundial.

Fausto Coppi é um dos nomes mais relevantes de um período marcado como a “Era de Ouro” do ciclismo. Uma figura rica dentro e fora das competições. Em seu vasto currículo estão cinco vitórias no Giro d’Itália, 9 clássicas Monumentos, títulos mundiais, entre muitos outros. Porém, um grande nome como ele não seria o mesmo sem a camisa amarela do Tour de France. Coppi já havia vencido em 1949 e uma etapa em 51, mas sua última incursão no TdF foi também a mais arrasadora.

Coppi chegou em Paris após percorrer 4.898 km divididos em 23 etapas com um tempo total de 151h57min20s pedalando. A vantagem acumulada para o segundo colocado, o belga Stan Ockers, foi de 28min17s. Ao terceiro, o espanhol Bernardo Ruiz, impôs 34min38s. Foi a maior diferença de um camisa amarela sobre os demais rivais do pódio desde que a prova foi retomada, em 1947, até hoje.

É bem verdade que Louison Bobet, Hugo Koblet e Ferdinand Kübler, lesionados, não largaram e poderiam ter dificultado a vida do italiano. Mas levando em conta que Coppi arrasou com os dois e os demais rivais para vencer o Giro d’Italia naquele mesmo ano, não dá para imaginar um final muito diferente. O Campeão dos Campeões estava impossível em 1952.

O Tour ainda era disputado por nações e não por clubes. Além de sete países, cinco “regiões” francesas levaram suas seleções, incluindo um time de origem africana. Os italianos, com doze integrantes liderados por Coppi, dominaram também a classificação por equipes. Até o veterano Gino Bartali, apesar de toda a rivalidade com o campeão, reafirmou sua grandeza ao dar sua roda ao companheiro de equipe Coppi, que liderava a prova e teve um pneu furado.

Aquela edição contou com algumas novidades que ajudaram a moldar a imagem mítica de Coppi, assim como o contrário. As transmissões televisivas chegavam diariamente às casas dos franceses – no mesmo dia – aumentando o interesse popular. O traçado também era virtuoso, largando de Brest e passando por Bélgica, Suíça e pelos famosos paralelepípedos das Paris-Roubaix.

Foi também o ano com as primeiras chegadas no topo das montanhas. Foram três, e uma delas se tornaria a mais emblemática, o Alpe d’Huez. E adivinhe quem venceu todas? Sim. Fausto Coppi dominou as subidas e foi o primeiro a cruzar a linha no Alpe d’Huez – garantindo seu nome eternamente em uma das 21 curvas da glamourosa subida francesa – em Sestriere e no Puy de Dôme.

Ele ainda venceu outras duas etapas. Um contrarrelógio individual de 60km e uma outra etapa de montanha que percorreu os não menos colossais Tourmalet e Aubisque.

Coppi nunca mais correu o Tour de France. Ele ainda ganhou o quinto Giro d’Itália e o Campeonato Mundial no ano seguinte e correu até 1959, quando sucumbiu à malária, depois de uma excursão para África (história que contamos aqui!).

* Leandro Bittar é jornalista e apaixonado pelo ciclismo.

Imagens de uma TV holandesa:

Vídeo italiano mostra Velódromo em transe com chegada de Coppi e equipe:

+MAIS:

– Wikipedia

– Wikipedia (francês)

– Wikipédia

– letour.fr

– bikeraceinfo.com

 

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