“Meu filho Julian veio um dia com um desenho que ele pintou sobre uma amiga de escola chamada Lucy. Ele tinha esboçado algumas estrelas no céu e nomeou o desenho ‘Lucy in the Sky with Diamonds’. Simples assim. As imagens eram como de ‘Alice no País das Maravilhas’. Era Alice no barco. Ela está comprando um ovo e ele se transforma em Humpty Dumpty. A mulher que serve na loja se transforma em uma ovelha e, no minuto seguinte, eles estão remando em um barco em algum lugar e eu estava visualizando isso.”
Um desenho do filho e “Alice no País das Maravilhas”. Segundo o autor, as inspirações para a letra psicodélica de “Lucy in the Sky with Diamonds”.
Nada de LSD. Na mesma entrevista do trecho acima, aquela para David Sheff, na Playboy, John refuta (pela última vez) a associação das iniciais com a droga.
“Foi puramente inconsciente que saiu LSD. Até que alguém mencionou, eu nunca sequer pensara nisso. Quer dizer, quem se preocupa em olhar para as iniciais de um título de música? Não é uma canção sobre ácido. A imagem era Alice no barco. Havia também a imagem desta mulher que um dia apareceria e me salvaria – ‘girl with kaleidoscope eyes’ que chegaria dos céus. Era Yoko, embora eu ainda não a conhecesse. Então, poderia ser ‘Yoko in the Sky with Diamonds’.”
Paul confirma a história na biografia de Barry Miles, Many Years From Now, somente ponderando que o nome escrito no desenho tinha letra de caderno de caligrafia, provavelmente da professora de Julian, à época um menino de apenas 4 anos de idade, ainda sem capacidade de escrever.
Dito isso, é claro que as imagens e os sons em “Lucy in the Sky with Diamonds” sugerem viagens lisérgicas. A exemplo de tantas outras que não tiveram, obrigatoriamente, inspiração em trips de ácido. Segue o jogo. E a polêmica!

Sobre o processo criativo, em Anthology Macca relembra algumas de suas contribuições para a composição, como “cellophane flowers” e, em especial, “newspaper taxis”.
No estúdio, os Beatles gastaram uma noite somente ensaiando a canção, sem nenhum registro. No dia seguinte, gravaram sete takes. John fez os vocais no outro dia, quando Paul também soltou os backing vocals, ambos dobrados, assim como os instrumentos. Pronto. Foi uma das mais rápidas gravações de uma faixa do álbum.
No futuro, John recorrentemente revelaria insatisfação com o célere processo de gravação, dizendo que faria diferente – e melhor, claro.
Nada, porém, que afete a eternidade da psicodelia da faixa 3 de Sgt. Pepper’s.
Até amanhã!
Em tempo: em 2015, David Gilmour arrematou o desenho original de Julian em um leilão. O Bloco do Pink Floyd contou essa história aqui!
Dica! → Clica em cima do selo para ver todos os posts do especial Sgt. Pepper’s 50!
“Lucy in the Sky with Diamonds”:
Fontes e +MAIS:
– As letras dos Beatles – A história por trás das canções, de Hunter Davies
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