Computador Deep Blue vence Garry Kasparov

Há 20 anos… dia 11 de maio de 1997.

“Quando Gary Kasparov venceu o computador de xadrez da IBM em 1989, ele arrogantemente disse aos programadores que ‘ensinassem a máquina a renunciar antes’. Ontem, porém, o campeão do mundo se viu humilhado por uma montanha de 1,4 toneladas de silicone, em uma vitória para o Deep Blue da IBM que estabelece um marco no progresso da inteligência artificial. É um dia deprimente para a humanidade em geral.”

Assim o Guardian relatou a primeira vitória da máquina sobre o homem em um duelo oficial de xadrez. Foi há 20 anos, em Nova York.

De um lado, o campeoníssimo Garry Kasparov, então no trono do esporte há 12 anos. Do outro, Deep Blue, o computador de xadrez da IBM, uma jamanta de quase 1,5 t, como escreveu o jornal britânico.

Em 1996, Kasparov levou a melhor sobre o Deep Blue, por 4 a 2.

Veio a revanche. E após seis duelos entre os dias 3 e 11 de maio, Kasparov jogou a toalha, com menos de 20 movimentos jogados. Pediu pra sair, como dizem hoje.

Pouco depois, o enxadrista nascido no Azerbaijão e naturalizado russo – atualmente também croata – chegou a questionar a legitimidade da vitória da máquina, insinuando ter havido intervenção do homem.

Em 2014, dezessete anos mais tarde, descobriu-se que o lance no qual o Deep Blue deu um nó na cabeça de Kasparov – o famoso 44º movimento – deu-se, na verdade, por causa de um bug da máquina. Pois é. De certa forma, o homem derrotado tinha ponta de razão ao levantar a lebre.

A história está no documentário “The Man vs. The Machine”, da ESPN americana.

A saga contra o computador agora também está em livro recém-publicado, de autoria do próprio enxadrista.

Kasparov até tentaria um tira-teima contra o Deep Blue, mas o embate nunca foi realizado. Ele perderia o posto de melhor do mundo em 2000, para o pupilo Vladimir Kramnik.

Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.

Documentário “Game Over: Kasparov and The Machine”: