Há 25 anos… dia 9 de fevereiro de 1992.
“Em Barcelona, o Brasil estará no lugar mais alto do pódio, ouro no peito, encantando o mundo.”
Zé Roberto Guimarães? Não!
A frase é desse aí da foto, consolando um jovem Cafu após empate por 1 a 1 com os venezuelanos.
Ernesto Paulo, o comandante de um grande fracasso do futebol brasileiro.
Vinte e cinco anos atrás, a igualdade diante da fraquíssima Venezuela – à época, a pior equipe do ranking de pré-olímpicos da América do Sul, como bem lembrou Fernando Galvão na Folha (link abaixo) – tirou qualquer possibilidade de classificação da seleção brasileira para os Jogos de Barcelona.
E o técnico falastrão teve de engolir suas palavras. Na verdade, é o que deveria ter feito. Preferiu apontar dedos e escolher seus culpados, principalmente, os jogadores. “Muitos deles só pensavam em dinheiro e no sucesso pessoal”, revelou, logo depois da eliminação do time sub-23 do Torneio Pré-Olímpico do Paraguai.
“Com o tempo fui conhecendo melhor os jogadores, descobrindo o caráter de cada um e vendo quem realmente estava interessado em trabalhar”, continuou o técnico, em entrevista ao Estadão (link abaixo).
Que exemplo de gestor! Com um comandante assim, quem precisa de inimigos, não é mesmo?
Mesmo com uma geração que se provaria ótima, com o já citado Cafu, Roberto Carlos, Márcio Santos, todos futuros campeões mundiais, além de Marcelinho Carioca, Djair, Nélio, Dener (saudade!), entre outros, o boquirroto treinador não conseguiu dar liga para que o time se colocasse entre os dois primeiros colocados e se classificasse aos Jogos.
Após magras vitórias nos dois primeiros jogos – 2 a 1 sobre o Peru e 1 a 0 diante dos anfitriões (com direito a pedradas e confusão após o jogo – leia mais aqui) -, a seleção perdeu dos colombianos por 2 a 0. Havia, porém, grande possibilidades de carimbar o passaporte para a Espanha.
Para se classificar ao quadrangular final e disputar as duas vagas à Barcelona, o Brasil precisava de uma vitória simples contra a Venezuela, já que o empate sem gols entre Colômbia e Paraguai, na preliminar do duelo, beneficiara o time de Ernesto Paulo. Nem isso ajudou e a seleção foi pra casa mais cedo.
O retumbante fracasso não só interrompeu vertiginosa ascensão do treinador campeão da Copa São Paulo com o Flamengo em 1990, e que chegou a dirigir a seleção principal por um dia, em amistoso contra País de Gales, em 1991, mas enterrou sua carreira.
Ernesto Paulo sumiu do mapa. Nunca mais liderou um time grande do País e, apesar de alguns bons trabalhos em Portugal, teve trajetória pífia no futebol.
Outros nomes também foram afetados pelo fiasco no Paraguai.
Elivélton (foto), por exemplo, nunca mais foi o mesmo jogador depois das violentas pedradas que lhe atingiram. Perdeu espaço no São Paulo de Telê, foi para o Japão, e acabou não se tornando a realidade que se esperava.
Na seleção brasileira principal, o ponta-esquerda fez 13 jogos e anotou 1 gol, encerrando sua trajetória na Copa América de 1993, quando o time de Parreira foi eliminado pela Argentina na fase de quartas-de-final, nos pênaltis.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Matéria do Globo Esporte sobre o jogo contra o Paraguai:
Fontes e +MAIS: