Há 45 anos… dia 21 de janeiro de 1972.
Era pra ter sido no dia anterior…
Estava tudo pronto. Eles tinham decidido que o novo material, concebido e trabalhado após o lançamento de Meddle, em fins de 1971, seria “testado” ao vivo, começando pelo concerto de abertura da turnê britânica, dia 20 de janeiro, no Brighton Dome, em Brighton, sul da Inglaterra.
Com show de luzes, pompa e circunstância, Roger Waters, David Gilmour, Richard Wright e Nick Mason iniciaram o “teste”.
“Speak to Me/Breathe” abriu, sob aplausos e certa incredulidade dos presentes. Na sequência, “The Travel Section”, futura “On the Run”, “Time” (já muito bem acabada) – com a reprise de “Breathe” – e “The Mortality Sequence”, que se tornaria “The Great Gig in the Sky”.
Em “Money”, problemas técnicos.
“OK”, disse Roger Waters. “Em consequência de inúmeros horrores mecânicos e eletrônicos não devemos tocar mais nada daquele pedaço, e então faremos outra coisa”, anunciou o baixista, conforme trecho do ótimo The Dark Side of The Moon – os bastidores da obra-prima do Pink Floyd, de John Harris.
Era o fim do primeiro experimento.
Caberia então ao Guildhall, em Portsmouth, ser palco da primeira apresentação de The Dark Side of The Moon.
Em 21 de janeiro de 1972, não houve percalço técnico, eletrônico ou mecânico. Waters, Gilmour, Wright e Mason puderam experimentar, na íntegra, seu novo som. Conceitual, orgânico, transcendental.
“Us and Them”, “Scat” (“Any Colour You Like”), “The Lunatic Song” (“Brain Damage”) e “Eclipse” se somaram às supracitadas e completaram o setlist.
Os presentes não sabiam, claro, mas testemunhavam a História ali. Ao vivo e em cores.
O quarteto seguiria a turnê de aperfeiçoamento de Dark Side. Japão, Estados Unidos, Alemanha, Holanda, Canadá, Dinamarca, França, Bélgica, Suíça. Todos tiveram o privilégio de acompanhar a evolução da futura obra-prima do Pink Floyd.
Em 10 de março de 1973, 415 dias depois daquela primeira apresentação, The Dark Side of The Moon chegava às lojas dos Estados Unidos. Treze dias depois, foi lançado no Reino Unido.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
P.S.1: Na foto do post, os rascunhos da capa apresentados pela Hipgnosis à banda. Demorou 3 minutos para eles dizerem “sim!”…
P.S.2: Tempos atrás, havia o áudio do show em Portsmouth na íntegra, no YouTube. Foi retirado por questões de direitos autorais. Se fuçar, dá pra achar um bootleg na internet!
“Time”, ainda crua, ao vivo:
Show em Brighton:
Fontes e +MAIS:
– degenerandoneuronios.tumblr.com