Começa a Guerra do Suez

Há 60 anos… dia 29 de outubro de 1956.

Começa a Guerra do Suez

“Esta é uma história de como o governo do Reino Unido decidiu atacar uma nação árabe; de como, receoso de seus suprimentos de petróleo estarem sob ameaça, embarcou em uma estratégia de mudança de regime; de como a Grã-Bretanha, deliberadamente, ignorou as Nações Unidas; e de como um primeiro-ministro britânico levou a nação à guerra com base em inteligência suspeita.

Mas este não é o Iraque, 2003. Este é o Egito, 1956.”

Assim começa o ótimo documentário “The Other Side of Suez” (“O Outro Lado de Suez”), lançado pela BBC em 2004. O tema, como o nome induz, é a Guerra do Suez, que teve seu início há exatos 60 anos.

Uma trama que colocou o Oriente Médio no front da Guerra Fria, e envolveu Egito, Israel, Reino Unido, França e, claro, Estados Unidos e União Soviética.

O estopim para o início do conflito aconteceu em julho daquele 1956, quando o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser decidiu nacionalizar o Canal de Suez. Antes, porém, é preciso voltar um pouquinho no tempo para entender os motivos do choque.

O Canal de Suez sempre foi ponto estratégico na ligação Europa-Oriente Médio, já que é a única conexão entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho. Em meados do século XX, o Suez era o principal canal de escoamento do petróleo dos países árabes para o Velho Continente.

Em 1936, o Tratado Anglo-Egípcio definiu que Suez seria controlado militarmente pelos britânicos. Os anos se passaram e os egípcios, ou melhor, os militares egípcios começaram a pressionar pela saída do Reino Unido do comando.

Em junho de 1956, Gamal Abdel Nasser chega ao poder como 2º presidente da República do Egito. Logo, Nasser passa a ficar sob órbita soviética, após recusa americana em fornecer fundos para a construção de uma grande represa no Nilo. Além de recursos, a União Soviética também lhe fornece armamento.

Um mês depois de assumir a presidência, ele ordena a nacionalização do Canal de Suez. Furiosos com a medida, os britânicos resolvem buscar apoio francês na briga, alegando que Nasser dava apoio aos rebeldes na colônia francesa da Argélia.

No tabuleiro de forças, Israel resolve entrar na jogada, no lado anglo-francês, por inúmeros motivos. Primeiro, os atritos com Egito vinham de longe. Segundo, o Canal de Suez era assaz estratégico para a nação recém-criada.

Em 29 de outubro, tropas israelenses invadem a região do Sinai, península pertencente ao Egito. No início do mês seguinte, exércitos britânicos e franceses terminam o trabalho, ocupando e controlando o Canal de Suez.

Logo, as Nações Unidas entram na parada, exigindo saída das tropas invasoras no Egito. Pouco interessado em medir forças com a União Soviética, que esboçava se embrenhar na celeuma em favor de Nasser, o presidente Dwight Eisenhower ordena aos governos da Grã-Bretanha, da França e de Israel a retirada de suas tropas.

Pouso depois, com votos favoráveis de URSS e EUA, o Conselho de Segurança da ONU exigiu a retirada militar total dos invasores – que aconteceu entre o final de 1956 e o início de 1957 – e ainda enviou uma Força Internacional de Paz ao Suez.

Ao fim e ao cabo, a Guerra do Suez durou 9 dias.

O Egito e, principalmente, Gamal Abdel Nasser, teve vitória política. Israel obteve vitória militar e o controle do Sinai até março de 1957. Britânicos e franceses se deram mal, muito mal – o primeiro-ministro Anthony Eden renunciou, enquanto Guy Mollet ficou ameaçado na terra do croissant (deixaria o cargo em junho de 1957.

Já EUA e URSS… Bem, esses tinham assuntos mais importantes para cuidar, como a Revolução Húngara, no caso dos soviéticos.

Egito e Israel voltariam a se enfrentar na Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.

A Guerra do Suez, em vídeo da TV Cultura:

Fontes e +MAIS:

– Wikipedia

– Wikipédia

– history.com

– Acervo Estadão

– bbc.co.uk

– aljazeera.com

– history.state.gov

– noticias.terra.com.br

– operamundi.uol.com.br

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