Há 25 anos… dia 24 de outubro de 1991.
A União vendeu a Usiminas ontem em leilão na Bolsa do Rio por Cr$ 709,639 bilhões, preço 14,27% acima do mínimo estabelecido. O vice-presidente do banco Bozano Simonsen, Cristiano Franco Neto, disse que o grupo coordenado por sua empresa assumiu o controle acionário da Usiminas com “mais de 51%” do capital votante. Ele não deu os nomes de todos os integrantes do grupo que conta com os bancos Itaú e Bamerindus, a Cotia Trading, e as empresas Confab, Fasal e Rio Negro. O presidente do BNDES, Eduardo Modiano, disse desconhecer esse acordo.
E lá se foram 25 anos…
Cr$, Banco Bozano Simonsen, Bamerindus e Bolsa do Rio de Janeiro são símbolos do passado. Não existem mais. Três dias atrás, a Cotia Trading pediu recuperação judicial. Confab, Fasal e Rio Negro acabariam engolidas posteriormente, no processo de expansão da própria Usiminas. Do trecho retirado de reportagem da Folha de 25 de outubro só restou mesmo o Itaú!
Duas décadas e meia atrás, o governo de Fernando Collor de Mello deu o pontapé inicial para uma narrativa que se intensificaria muito na gestão de FHC, e parece ter retornado com força ao noticiário agora, com Michel Temer no Planalto: as privatizações.
A Usiminas – Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A – foi a primeira estatal a passar pelo Programa Nacional de Desestatização (PND), criado e aprovado pelo Governo Collor no ano anterior.
Com a guerra judicial que envolveu sindicalistas, economistas e políticos do PT e do PDT, em uma briga que teve até chute de manifestante nos fundilhos de investidor – registrado com precisão pela fotógrafa Christina Bocayuva e transformado em símbolo do leilão -, o martelo só bateu depois de autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).
No dia da venda, porém, protestos de mais de 400 manifestantes contrários ao leilão deixaram 81 feridos e levaram outros 13 presos, no centro do Rio de Janeiro. Em vão.
“Porteira que passa um boi, passa uma boiada”, assevera o dito popular.
O setor siderúrgico continuou a ser privatizado e, em 1998, foi a vez das telecomunicações, já sob a batuta de Fernando Henrique Cardoso.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Propaganda do Governo Collor exaltando a privatização:
Fontes e +MAIS: