Há 105 anos… dia 21 de agosto de 1911.
PARIS, 23 de agosto – Durante todo o dia, multidões ansiosas têm se postado em frente ao Louvre, esperando, em vão, ouvir que a “Mona Lisa” de Leonardo da Vinci foi encontrada escondida em algum canto do museu. Nada se sabe ainda sobre o paradeiro da pintura, e o sentimento da opinião pública foi de incredulidade para grande indignação.
Em nota publicada em 24 de agosto de 1911, o New York Times resumia o sentimento dos franceses diante do fato inesperado: o sumiço da “Mona Lisa” de Leonardo da Vinci. Três dias antes, “La Gioconda” simplesmente desaparecera do Salão Carré do Museu do Louvre, em Paris.
Era uma segunda-feira e o museu estava fechado – como em geral acontece com quase todos os museus até hoje. Somente poucos funcionários realizavam trabalhos de manutenção em alguns dos enormes salões. Entre os homens, o italiano Vincenzo Peruggia, um ex-funcionário.
Sem quase nenhuma preparação, Peruggia, que trabalhava como pintor de paredes, facilmente retirou o quadro do salão Carré e o colocou embaixo de seu longo casaco (ver foto abaixo).
À época, o Louvre não contava com muitos guardas, tampouco com um sistema de segurança confiável. Como ex-funcionário, Peruggia sabia disso e mais. O próprio italiano tinha instalado o vidro que protegia a “Mona Lisa” e conhecia exatamente como a obra estava pendurada na parede.
O roubo, então, era uma questão de oportunidade. Como um dia de Louvre vazio.
O mais curioso foi o motivo encontrado por Peruggia para justificar o furto. Disse que a motivação fora patriótica, já que, segundo ele, Napoleão havia roubado a “Mona Lisa” da Itália. Seu objetivo, portanto, era levar a “Gioconda” de volta pra casa.
Ledo engano de Peruggia. A História conta que o próprio Leonardo da Vinci vendeu a obra ao rei francês Francisco I, em 1516, por uma alta quantia.
Mais interessante ainda é que o roubo tornou a “Mona Lisa”, de fato, famosa. Antes, a pintura era apenas uma entre as tantas espalhadas pelo Louvre. Depois, o mundo todo queria conhecer o sorriso enigmático.
A obra só seria recuperada em 1913, após investigações que envolveram até Pablo Picasso. Antes de retornar ao Louvre, ficou duas semanas na Galeria Uffizi, em Florença – Peruggia foi capturado porque tentou vender a obra aos diretores da famosa galeria.
Nos anos seguintes, a “Mona Lisa” sofreria outros “ataques”, como um jato de ácido atirado por um vândalo, em 1956.
Vincenzo Peruggia ficaria algum tempo na prisão e depois serviria o exército italiano na Primeira Guerra Mundial. Morreria em 8 de outubro de 1925, dia do seu 44º aniversário. Em Saint-Maur-des-Fossés, na França.
Imagens de arquivo da história do roubo:
Documentário reconta o roubo da Mona Lisa:
Fontes e +MAIS:
– dw.com
– bbc.com