Há 25 anos… dia 21 de outubro de 1990.
“Balestre influenciou a decisão… Eu sei disso, todos nós sabemos disso… Eu fui fodido muitas vezes pelo sistema e disse a mim mesmo: ‘Hoje, sem chance! Hoje, tem de ser do meu jeito, não me importo com o quê acontecer. Tem de ser do meu jeito!”.
E foi do jeito dele.
Naquele 21 de outubro de 1990, Ayrton Senna teve a desforra completa. Barba, cabelo, bigode e título!
Uma vingança que ele esperou quase 1 ano. Um gélido banquete com endereço certo: Alain Prost e Jean Marie Balestre.
Em 1989, tinha sido prejudicado pelo chefão da FIA e FISA, em decisão que não só anulou a sua vitória em Suzuka, mas garantiu o terceiro campeonato para o francês, companheiro de McLaren e eterno rival (mais detalhes, nos links abaixo!).
Cansado das mutretas de bastidores da dupla francesa, ele até pensou em deixar a Fórmula 1. Contudo, a saída de Prost da escuderia fez o brasileiro permanecer na categoria e buscar o segundo troféu.
E eis que o circuito de Suzuka seria, de novo, o palco da decisão do título da temporada de 1990. Senna e Prost eram, de novo,, claro, os postulantes à glória.
Dessa vez, no entanto, o cenário era diferente. Ao contrário de 1989, quando necessitava desesperadamente da vitória no Japão, à Senna agora bastava ficar na frente do francês em uma das duas corridas restantes (Japão e Austrália). Já Prost precisava de dois triunfos para não ter de fazer contas.
Após pífios treinos livres, em que o carro não ajudou e ele se estranhou com a pista, Senna cravou a pole position. Prost fez o segundo tempo. E também trabalhou nos bastidores. De novo, com Jean Marie Balestre.
O narigudo chefão da categoria decidiu que o pole position largaria por dentro, na parte suja da pista. O segundo no grid, portanto, teria vantagem de sair no trecho limpo, com ótimas possibilidades de assumir a ponta e disparar.
“Hoje não!”, pensou Senna.
Quando a luz verde se acendeu, McLaren e Ferrari aceleraram lado a lado. Prost largou melhor, mas a potência da máquina de Senna o colocou emparelhado ao rival. Pouco antes da primeira curva, o francês ofereceu uma fenda de pista ao brasileiro. Um latifúndio para Senna, que, com a agressividade peculiar, partiu pra cima e se postou no lado de dentro, fechando a porta da curva para Prost.
Se você não sabe, ao menos imagina o final dessa história, né?
Sim: McLaren e Ferrari se chocaram e foram parar na brita.
Com estranho misto de constrangimento e alegria contida , Senna se tornava bicampeão mundial de Fórmula 1.
A prova marca, também, a última dobradinha brasileira na categoria. Nelson Piquet venceu, com o amigo Roberto Pupo Moreno na segunda posição. Um memorável dia para Moreno, que acabaria se garantindo na equipe Benneton em 1991 por causa do resultado.
Suzuka-1990 talvez pontue o último grande duelo entre Ayrton Senna e Alain Prost. Depois daquele dia, eles nunca se digladiaram por causa de um título. O tri de Senna viria depois de disputa com Nigel Mansell, enquanto que Prost teve temporada dominante e sem adversários em 1993, ano de seu tetra.
Mas esse papo e essa história ficam pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
A largada e a batida:
Fontes e +MAIS: