Há 1 ano… dia 25 de abril de 2014.
100 pontos, 32 vitórias, 4 empates, 2 derrotas, 115 gols marcados, 40 gols sofridos.
88% de aproveitamento.
Números do campeão espanhol da temporada 2012-2013.
O Barcelona de Tito Vilanova. O discreto e modesto Tito Vilanova, que foi embora cedo demais, há exatamente um ano, levado por um câncer. Tinha 45 anos.
Em sua única temporada à frente do Barça, Tito fez história. Igualou a pontuação recorde da Liga das Estrelas, a marca centenária do Real Madrid de José Mourinho, em 2011-2012.
Herdou o time do amigo Pep Guardiola, de quem foi auxiliar no histórico esquadrão de 2008 a 2011, manteve a proposta da posse de bola e do tiki-taka, essência daquele escrete inesquecível, mas concebeu mudanças. Discretas, como sua personalidade, porém, mudanças. O protagonismo maior de Messi, por exemplo.
Assim era o catalão Francesc Vilanova i Bayó, nascido em Bellcaire, na região de Girona. Formado em La Masia, Tito foi um meio-campista sóbrio e pensador, com passagens por times da segunda divisão da Espanha e trajetória mais expressiva no Celta de Vigo, entre 1992 e 1995.
Quando pendurou as chuteiras, retornou aonde tudo havia começado. Como técnico nas categorias de base, em 2001-2002, treinaria Messi, Fàbregas e Piqué, mas acabaria “expulso” do Barça em 2003, após uma reestruturação realizada pelo então diretor esportivo Sandro Rosell (que, depois, como presidente, efetivaria Tito no cargo).
Regressaria pelas mãos de Guardiola, que imediatamente o convocou para ser auxiliar-técnico no Barcelona B, em 2007. Eles se conheciam também das canteras de La Masia. Amizade antiga, dobradinha perfeita.
Uma relação que se completava. A vitalidade e a explosão de Pep, a serenidade e a discrição de Tito. Relacionamento que, como qualquer um, por vezes se estremecia, e se estremeceu mais quando Pep deixou o clube.
Brigas à parte, a dupla levou 14 de 19 competições disputadas no time principal, transformou o Barcelona em uma sinfonia, alçou o futebol ao status de arte, colocando aquela equipe ao lado de outros esquadrões inesquecíveis, como o Santos de Pelé ou o Ajax de Cruyff.
“A profunda tristeza que tenho vai me acompanhar para o resto da minha vida, para sempre”, disse Guardiola quando Tito morreu.
Fiquemos, então, com as bonitas palavras do jornalista britânico Andy West, em reportagem da BBC por ocasião da morte de Tito:
“Tito Vilanova foi uma figura muito admirada e respeitada, não apenas no Barcelona, mas em todo o futebol espanhol, e sua morte vai lançar uma triste sombra sobre o restante da temporada.
Ele será para sempre lembrado como o técnico que levou o Barça a um recorde de pontos em La Liga (100), durante sua temporada solitária no comando, e também como o homem que ajudou a Pep Guardiola revolucionar o futebol durante quatro anos como assistente e conselheiro ao seu amigo de longa data.
E, mais do que isso, ele também deve ser lembrado como um ser humano profundamente honrado, que conheceu a adversidade e triunfou com humildade e dignidade ímpares.”
Minuto silêncio para Tito Vilanova:
Fontes e +MAIS: