Há 90 anos… dia 10 de abril de 1925.
“Terminamos O Grande Gatsby com um sentimento de pesar, e não pelo destino das pessoas no livro, mas pelo Sr. Fitzgerald” – Harvey Eagleton, The Dallas Morning News.
“Na concepção e na construção, O Grande Gatsby parece um pouco cru” – John McClure, The Times-Picayune.
“Neste momento, seu autor parece um pouco entediado, cansado e cínico” – Ralph Coghlan, St. Louis Post-Dispatch.
“Depois de lerem o livro, os editores deste jornal chegaram à inequívoca conclusão de que o Sr. Fitzgerald não é um dos grandes escritores da América dos tempos atuais” – Ruth Snyder, New York Evening World.
Se um levantamento com grandes críticos literários fosse realizado hoje, 2015, para eleger os 50 maiores romances da História dos Estados Unidos, certamente O Grande Gatsby estaria lá.
F. Scott Fitzgerald não viveu o suficiente para ver o sucesso que seu livro faria. Morreu sem realizar o objetivo que tinha com ele: provar a si mesmo ser um grande escritor.
Além das ferozes críticas – à exceção de algumas poucas favoráveis, no NYT e L.A. Times, por exemplo -, o romance teve uma pífia vendagem. No final de 1925, apenas 21 mil cópias de O Grande Gatsby tinham sido comercializadas. Quando Fitzgerald morreu, em 1940, milhares de exemplares da segunda edição empoeiravam em armazéns Estados Unidos afora.
“Será lido quando muitos de seus contemporâneos mais conhecidos forem esquecidos”, sentenciou Gertrude Stein, sobre o livro do amigo, em 1933. Bingo.
O Grande Gatsby é uma daquelas obras formadoras e muito à frente de seu tempo. Fitzgerald jogou luz sobre os igualmente iluminados anos 1920 na América. A Era do Jazz, da Lei Seca, da bonança entre guerras, da grana, do prazer, das aparências.
Mais do que tudo, o talentoso escritor antecipou o silencioso tsunami financeiro, moral e histórico que se formava embaixo do tapete da hipocrisia, da corrupção e da mentira. O Crash de 29 colocou a economia mundial em frangalhos e expôs a imoralidade da América.
Um livro fundamental para quem quiser entender os Estados Unidos e a sociedade americana. Uma obra-prima da língua inglesa. Uma aula de história, música e, principalmente, de estilo de escrita de um romance.
Um clássico.
Veja o início do filme de 1974, com Robert Redford e Mia Farrow:
Fontes:
– time.com