Há 50 anos… dia 22 de março de 1965.
A ruptura com o velho folk, sua essência e origem.
A negativa ao posto de guru político, onde havia sido colocado.
Em Bringing It All Back Home, Bob Dylan colocou a guitarra em cena e desagradou a turma do folk. Com o violão a tiracolo, escreveu letras de amor, pessoais e introspectivas e ouviu o chiado do pessoal da luta por direitos civis, que o tinha como líder.
As coisas sempre foram assim para Mr. Zimmerman. Em mais de cinco décadas na música, ele nunca optou pelo caminho fácil. Tampouco ficou na zona de conforto. Muito menos aceitou o lugar indicado por outros. O rompimento é sua linha mestra.
Assim foi com seu quinto álbum.
“Este é o ponto onde Dylan eclipsa qualquer sentido convencional de folk e reescreve as regras do rock, tornando-o seguro para a expressão pessoal e a poesia, não só fazendo palavras significarem tanto quanto a música, mas fazendo da música uma extensão das palavras. Um álbum verdadeiramente notável”.
É isso, caro Stephen Thomas Erlewine!
No lado A, a guitarra e o rock, com a companhia do embrião do que seria The Band, a banda que o acompanharia em tantas turnês. Destaque para a eterna “Subterranean Homesick Blues”, um tributo ao movimento beatnik, uma canção política, uma crítica e uma autocrítica sobre os movimentos civis.
Responsável por seu primeiro top40 nos Estados Unidos, alcançando o #39, também chegou ao top10 dos singles no Reino Unido.
No lado B, “Mr. Tambourine Man”! Música, letra, gaita, voz. É Bob Dylan até a última potência. Linda, linda, linda. As imagens criadas pelas palavras, principalmente, me encantam:
“Yes, to dance beneath the diamond sky with one hand waving free/Silhouetted by the sea, circled by the circus sands/With all memory and fate driven deep beneath the waves/Let me forget about today until tomorrow”.
Gênio.
Bringing It All Back Home é um discaço. Ouça. Sempre.
Depois dele, ainda em 1965, Bob Dylan gravaria e lançaria o inesquecível Highway 61 Revisited, de “Like a Rolling Stone”!
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
“Maggie’s Farm”, ao vivo:
Fontes:
Um comentário sobre “Bob Dylan lança Bringing It All Back Home”