Pelé toma posse como ministro extraordinário do Esporte

Há 20 anos… dia 3 de janeiro de 1995.

Pelé toma posse como ministro extraordinário do Esporte

2014 foi o ano em que nos demos conta de que Pelé é mortal, como bem lembrou Juca Kfouri.

O atleta do século, o maior jogador de futebol de todos os tempos, o Rei. Superlativos e definições grandiosas mais do que merecidas vêm, muitas vezes, na mesma medida de críticas ferozes e implacáveis, por vezes agressivas, quase sempre imerecidas.

Pelé é humano, demasiadamente humano.  Erra como qualquer um de nós. Erra na vida como já errou em campo. E, um dia, vai partir. Talvez seja o momento de o Brasil se dar conta de tudo isso e aceitar, abraçar e reverenciar o Rei que tem. Taí uma boa resolução para 2015…

Bem, depois desse nariz de cera, como se diz na gíria do jornalismo, vamos aos fatos, ou melhor, ao fato do dia: há 20 anos, Edson Arantes do Nascimento tomava posse como ministro extraordinário do Esporte. Um ministério criado para ele pelo recém eleito e empossado presidente Fernando Henrique Cardoso.

Fernando Henrique que compareceu à cerimônia no Palácio do Planalto e “virou” técnico, nas primeiras palavras de Pelé no cargo. Ao lado da mulher, Assíria, ele demonstrou nervosismo ao ler o discurso de posse, aliás, o primeiro em mais de 40 anos de vida pública.

“Estou me sentindo como na época em que defendi a seleção brasileira, em 1958, apreensivo, nervoso”, revelou. Depois do discurso, foi cumprimentado por uma fila de personalidades e amigos, entre eles a “Enciclopédia” Nilton Santos.

Regulamentar e aperfeiçoar a Lei Zico, acabar com o passe no futebol e rever a permissão dos jogos de bingo eram as principais metas do novo ministro. O quê, aliás, gerou diferentes reações entre os cartolas da época.

Ricardo Teixeira, o eterno presidente da CBF, preferiu não comentar, o que não surpreendeu. Afinal, quando abriu a boca, falou montes e montes de m… E caiu! (tarde, é verdade, mas caiu). Caixa D’Água, outro eterno cartolão da Federação de Futebol do Estado do Rio, ironizou a intenção de Pelé em moralizar o futebol. E Eurico Miranda, hoje de volta ao Vasco (!!!), também afirmou que o novo ministro não tinha função de investigar clubes e federações.

Pelé deixou o cargo em maio de 1998, depois de aprovar o fim do passe, na chamada Lei Pelé, marco importantíssimo na história do futebol brasileiro. O Ministério Extraordinário do Esporte foi extinto por FHC. Em 2003, o presidente Lula criou ministério exclusivo para o Esporte, separando a pasta da de Turismo.

Depois de Pelé, não houve um ministro decente à frente da pasta.

Resumo da posse de Pelé:

Fontes:

Acervo Estadão

Wikipédia

esporte.gov.br

folha.uol.com.br

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