Há 40 anos… dia 20 de dezembro de 1974.
O melhor de uma das melhores trilogias da história da sétima arte.
Faço coro aos muitos que elegem Chefão II como o melhor da verdadeira obra-prima de Francis Ford Coppola.
Motivos não faltam, mas fiquemos com apenas quatro:
– O início
A história de como Vito Andolini, de Corleone, na Sicília, foi parar em Nova York, é rica de dramaticidade e emoção. Coppola soube encaixar a trama com maestria e fazer as transições com sutileza. Estamos com o menino Vito em 1901, em Ellis Island, e, em seguida, com o seu neto, Anthony, em 1958, em Nevada. Mestre Coppola.
– Robert De Niro
Sai Marlon Brando, entra Robert De Niro. Um talento por outro. O velho Vito fica no primeiro filme. Na sequência, temos o jovem Vito buscando sobreviver e vencer na América do início do século 20. De Niro passou quatro meses na Sicília para aprender o dialeto e o gestual da região. O resultado é uma atuação espetacular, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante de 1975. O único caso de duas estatuetas para o mesmo personagem, já que Brando levou a de Melhor Ator pela primeira parte, em 1973 (aliás, recusada pelo ator, em protesto).
– Al Pacino
Difícil dizer, mas muitos apontam como a maior atuação da vida de Al Pacino. Ele agora é o Don Michael Corleone. O filho que Vito não queria envolver nos negócios da famiglia, mas que o destino escolheu para dar sequência à saga dos Corleone. Um homem frio, racional e, ao mesmo tempo, perturbado e carregado pelo peso do mundo às costas. Um Al Pacino brilhando como sempre.
– Cuba
Chefão também é História! Em meio à ficção instigante, temos a realidade revisitada. Michael vai até Cuba ver como estão os negócios da família tocados por Fredo. Na ilha, se depara com um cenário político instável, com rebeldes prestes a tirar o ditador Fulgêncio Batista do poder. É a Revolução Cubana liderada por Fidel Castro. A noite de ano novo de 1959 intercala a decepção de Michael com o irmão (“You broke my heart, Fredo. You broke my heart!”) e cenas de festa nas ruas de Havana. Um prato cheio para os amantes de História.
“O Poderoso Chefão: Parte II” teve 9 indicações para o Oscar de 1975 e faturou seis estatuetas: Melhor Filme (a primeira sequência a vencer o prêmio), Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Roteiro Adaptado (Coppola e Mario Puzo), Melhor Direção de Arte (Dean Tavoularis, Angelo P. Graham e George R. Nelson) e Melhor Trilha Sonora (Nino Rota e Carmine Coppola).
A Academia foi duramente criticada por não premiar Al Pacino. A estatueta de Melhor Ator naquele ano foi para Art Carney, pela atuação em “Harry, O Amigo de Tonto” (Harry & Tonto).
A terceira e última parte de Chefão seria lançada somente 16 anos depois, em 1990. Muitos dizem que não faz frente aos dois primeiros. Não estou entre eles…
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Trailer de “O Poderoso Chefão: Parte II”:
Fontes:
– IMDb