Dia 22 de outubro.
O líder da corrida enfrenta problemas mecânicos crônicos em seu carro de número 20 e vê os adversários crescerem pelo retrovisor. Enquanto isso, a briga pela segunda colocação segue quentíssima. O carro número 12 oscila muito e tem o 13 em sua cola, a toda velocidade e fazendo volta mais rápida atrás de volta mais rápida.
Se a corrida presidencial de 1989 fosse um GP de Fórmula 1, essa seria a descrição de momento.
Na pesquisa Datafolha divulgada em 22 de outubro, a 25 dias do primeiro turno, Fernando Collor (PRN) apresentava nova queda e via Brizola e Lula se aproximarem, com evidente crescimento do petista. Collor caiu de 29 para 26 pontos, Lula subiu mais 4 pontos e chegou aos 14, em empate técnico com Brizola, que cresceu 2 e atingiu 15%.
“Nos últimos dez dias, Collor perdeu cerca de 2,5 milhões de votos”, dizia o caderno diretas-89 da Folha. Uma queda vertiginosa do candidato do PRN, sem dúvida. Collor também teve acentuado aumento no índice de rejeição (de 24% para 29%), outro fator preocupante. A luz vermelha se acendia na campanha do PRN.
Por outro lado, Luiz Inácio Lula da Silva se mostrava cada vez mais forte, com ascensão impressionante, principalmente na região nordeste (8%). Já Brizola oscilava, mas, ao menos neste novo levantamento, para cima, puxado pelo bom desempenho nas grandes cidades (assumia a liderança no quesito, com 21%).
Atrás do pelotão de elite, vinham Paulo Maluf (PDS), com 9%, Mario Covas (PSDB), com 8%, e Guilherme Afif Domingos (PL), com 7%. Maluf e Covas registraram subida de 1 ponto cada, e Afif queda de 1 ponto.
O número de eleitores indecisos, segundo o novo Datafolha, também caiu: de 14% para 10%. Brancos ou nulos somavam 3%.
Pouco menos de um mês antes da primeira rodada de votação para presidente, três carros se isolavam na frente na corrida.
Veja campanha de Brizola na TV:
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