Há 20 anos… dia 12 de maio de 1994.
POR PEDRO GRANATO*
“Pulp Fiction” é um dos roteiros mais estonteantes da história. É realmente de cair o queixo.
As sequências são intercaladas de um jeito que quem chegou no mundo agora pode citar alguns exemplos de filmes parecidos, mas são todos filhos de uma maestria narrativa inaugurada em 1994.
Cultura pop reciclada com alta cultura, nouvelle vague com quadrinhos. A fórmula da mistura é um clássico do século XX, da pop art ao tropicalismo. Mas aqui a assinatura é outra.
O filme tem uma quantidade de atuações memoráveis, cenas marcantes, diálogos daqueles que as pessoas sabem de cor. É difícil fugir do termo “obra-prima”, polêmico, mas podemos ficar com o fato de que esse se tornou ao menos o filme de uma época, de uma geração.
Há 20 anos, Tarantino fincou os pés em Cannes, ganhou o festival mais prestigiado da Europa e confundiu muitos críticos. Porque o público adotou imediatamente o filme.
Ou a trilha, que marcou época de um jeito… Quantas festas e viagens foram animadas pelas músicas selecionadas com toque de mestre?
O tempo (de violência) passou… Todas as garotas viraram mulheres.
Tarantino já é um dos grandes, não mais o novato formado em locadoras de filmes.
Até porque elas fecharam.
Envelhecemos com “Pulp Fiction”.
* Pedro Granato é diretor e professor de teatro, formado em cinema na USP nos anos 1990.
“Girl, You’ll Be a Woman Soon”, um dos sonzaços de “Pulp Fiction”:
+MAIS:
– IMDb