Há 20 anos… dia 4 de maio de 1994.
Foi um raio de alegria em meio a uma tempestade de tristeza.
Ainda de luto, o Brasil pôde esboçar um sorriso por causa de um menino.
Um menino franzino e dentuço chamado Ronaldo.
Três dias depois da triste morte de Ayrton Senna, começava a nascer um fenômeno. O Fenômeno.
Com a camisa do Cruzeiro, já chamava a atenção pelo futebol atrevido, de dribles improváveis, velocidade, técnica e gols, muitos gols.
Mas com a pesada amarelinha é outra coisa, dizem.
Não para Ronaldo. Desde o começo, a roupa vestiu bem nele. Muito bem. Foi casamento perfeito. Ele sempre foi mais Fenômeno pela seleção brasileira. Mais do que qualquer camisa que vestiu em 18 anos de carreira.
No dia 4 de maio, o primeiro de 62 gols pelo Brasil.
Para quase 18 mil testemunhas presentes no estádio da Ressacada, em Florianópolis, Ronaldo acabou com a Islândia. Camisa 7 às costas, foi o melhor em campo em um amistoso de observações. Ali, selou seu destino, convenceu Parreira, encantou o Brasil e carimbou o passaporte rumo à primeira Copa do Mundo de sua vida, com apenas 17 anos.
“E nem é titular, só estreante?”, indagou Ásgeir Elíasson, técnico da Islândia.
A estreia, de fato, tinha acontecido meses antes, contra a Argentina.
No duelo contra os islandeses, Parreira testou Ronaldo e Viola de titulares, já que Bebeto e Romário tinham sido cortados, a pedido de La Coruña e Barcelona, na reta final do Campeonato Espanhol. O Baixinho ainda vivia drama pelo sequestro de seu pai, Edevair, anunciado durante a transmissão. O fato quase tirou Romário da Copa, mas a libertação de Seu Edevair garantiu a presença do craque nos Estados Unidos.
A dupla reserva deu muito certo. O menino do Cruzeiro abriu o placar, aos 31 minutos do primeiro tempo, sofreu o pênalti convertido por Zinho, aos 41, e deu o passe para Viola fechar a conta: Brasil 3 x 0 Islândia.
Outras confirmações de Parreira foram os zagueiros Aldair e Márcio Santos, que formaram a dupla defensiva e seriam titulares na Copa. O técnico ainda tirou outras conclusões, como não levar Edmundo, Rivaldo e César Sampaio para o mundial.
Antes do jogo, uma mensagem dos jogadores para Senna foi lida, prometendo trazer o tetra que o piloto não poderia mais conseguir nas pistas.
E o menino franzino e dentuço seria campeão do mundo pela primeira vez!
Oito anos depois, Ronaldo seria o grande protagonista do penta do Brasil, com oito gols (dois na final!) na Copa da Coreia do Sul e o Japão.
Mas essa (linda)história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Veja reportagem sobre Brasil 3 x 0 Islândia:
Fontes:
– Livro Todos os jogos do Brasil, de vários autores