Morre o compositor Nino Rota

Há 35 anos… dia 10 de abril de 1979.

Morre o compositor Nino Rota

“Era alguém que tinha uma qualidade rara do universo da intuição. Assim como as crianças, homens simples, pessoas sensíveis, inocentes, dizia coisas incríveis de repente. Assim que chegava, o stress desaparecia, tudo se transformava em uma festa, o filme entrava em período sereno, alegre e fantástico, uma nova vida.”

Assim Fellini definiu o amigo Nino Rota, responsável por dar vida sonora à maioria de seus filmes.

Intuitivo, sensível, nostálgico, prodígio.

Giovanni Rota Rinaldi nasceu em 3 de dezembro de 1911, em Milão, em uma família musical. Com 11 anos, escreveu o oratório “L’infanzia di San Giovanni Battista”; com 12, a comédia lírica “Il Principe Porcaro”, baseada na obra de Hans Cristian Andersen, Aos 18, se formou no conservatório de Santa Cecília, em Roma, para onde tinha se mudado com a família, ainda criança.

Encorajado por Arturo Toscanini, foi para os Estados Unidos, onde morou de 1930 a 1932. Estudou no Curtis Institute, na Filadélfia. Na volta à Itália, fez literatura e começou a lecionar em Milão. Depois, virou diretor do Liceo Musicale, em Bari, exercendo a função de 1950 até 1978.

O talento e a sensibilidade levaram Nino Rota ao cinema. Desde os anos 1940, já compunha trilhas para filmes, mas a coisa engrenou com Federico Fellini. De 1952 até a morte, Rota fez parceria inesquecível com o diretor italiano.

“O colaborador mais precioso que eu já tive, eu digo de imediato e sem hesitar, foi Nino Rota – entre nós, de imediato, houve uma completa e total harmonia… Ele tinha uma imaginação geométrica, uma abordagem musical digna das esferas celestes. Não tinha necessidade de ver imagens de meus filmes. Quando perguntei a ele sobre as melodias que tinha em mente em determinada sequência, claramente percebi que ele não estava preocupado com imagens em tudo. Seu mundo era interior, dentro de si, e a realidade não tinha como entrar”, definiu Fellini, que conta outra história saborosa sobre quando conheceu Rota.

“Fora da Cinecittà (estúdio de cinema próximo à Roma), notei um homenzinho engraçado esperando no lugar errado pelo bonde. Ele parecia feliz, alheio a tudo. Senti compaixão, resolvi esperar com ele… Eu sabia o lugar certo em que o bonde parava e que teríamos de correr para pegá-lo, e ele estava igualmente certo de que iria parar onde ele estava… para minha surpresa, o bonde parou bem na frente de nós.”

E assim Rota e Fellini subiram no mesmo bonde e realizaram as mais extraordinárias maravilhas da sétima arte. “I vitelloni”, “La Strada”, “La Dolce Vita”, “Oito e Meio”, “Amarcord”… Difícil escolher o melhor da parceria.

Nino Rota ainda foi responsável pela imortal trilha de “O Poderoso Chefão”. Foi premiado com o Oscar de Melhor Trilha Original em 1974, pela parte II da trilogia de Francis Ford Coppola. Entre outras famosas, também está a música de “Romeu e Julieta” (1968), de Franco Zeffirelli.

O talentoso compositor morreu aos 68 anos, depois de um derrame cerebral.

Ouça um pot-pourri de Nino Rota, ao vivo, em Bolonha: 

Fontes:

Wikipedia

Wikipédia

IMDb

Acervo Estadão

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