Ópera “Madame Butterfly” estreia em Milão

Há 110 anos… dia 17 de fevereiro de 1904.

17fev14

“Urros, gritos, gemidos, risos, risadas, os pedidos únicos e irônicos de “bis”, projetados para atiçar o público ainda mais; isso resume a recepção que o público do Scala concedeu ao novo trabalho do Maestro Giacomo Puccini…” 

Foi um desastre, um fiasco.

Até hoje, a história da estreia de uma das mais famosas óperas é recordada.

“Madame Butterfly”, de Giacomo Puccini, teve inesquecível debut. Só que não, como dizem hoje!

O parágrafo inicial do post é um trecho da descrição de Giulio Ricordi, da revista Musica e musicisti, publicação bimestral especializada em música, famosíssima na Itália no início do século XX. Ricordi também era o principal publisher dos libretos das melhores óperas, incluindo “Madame Butterfly”.

Como se lê, o aclamado compositor, chamado de “o maior depois de Giuseppe Verdi”, não teve a recepção esperada com seu novo trabalho, na noite de 17 de fevereiro de 1904.

À época, Puccini já era nome de peso no cenário da ópera. Já tinha composto “La bohéme” (1896) e “Tosca” (1900). Um novo trabalho do toscano gerava muita expectativa, sempre. Além disso, a ópera tinha extrema importância na Itália do século XIX, início do XX. Cantores e compositores do estilo eram verdadeiras celebridades na Bota nesse período.

Dito isso, recordemos a tragédia de Puccini.

Logo depois de lançar “Tosca”, a sua quinta ópera, ele iniciou a composição de um novo trabalho. No verão europeu de 1900, durante temporada de “Tosca” em Londres, Puccini assistiu a peça “Madame Butterfly”, escrita por David Belasco e baseada na história de John Luther Long. De acordo com Belasco, o italiano se mostrou tão entusiasmado e emocionado com a peça que irrompeu no camarim e insistiu para adquirir os direitos para uma ópera.

O contrato só foi assinado em setembro de 1901 e Puccini começou a trabalhar na versão para a ópera em seguida. Apesar de inúmeros contratempos, incluindo um acidente de carro, o compositor estava entusiasmado quando finalizou o trabalho, em dezembro de 1903.

Com pompa e circunstância, a prèmiere foi agendada para o Teatro Scala, em Milão, uma das mais famosas casas da história da ópera. A reconhecida soprano Rosina Storchio foi escolhida para o papel de Madame Butterfly. Empolgado com o trabalho, Puccini chegou para acompanhar os ensaios pouco mais de um mês antes da estreia.

Deu tudo errado! Os cantores tiveram pouco tempo para decorar o texto do libreto de Luigi Illica e Giuseppe Giacosa, não houve apresentações abertas à imprensa, praxe na época, e, por fim, ao contrário das outras estreias, em que sempre convencia a família a não comparecer, dessa vez Puccini fez questão da presença das irmãs e do filho, que ficou com ele nos bastidores até minutos antes do início da ópera.

Quatro meses depois, Puccini relançou “Madame Butterfly”, revisada, com três atos em vez dos dois originalmente apresentados em Milão. O público do Teatro Grande, em Brescia, o aplaudiu de pé.

Depois de “Madame Butterfly”, Puccini iniciou período pouco produtivo. Morreu em novembro de 1924, em Bruxelas, na Bélgica.

Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.

Ouça “Madame Butterfly” na íntegra:

Fontes:

– history.com

– columbia.edu

– Wikipédia

– Wikipedia

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