Há 40 anos… dia 7 de dezembro de 1973.
Paul McCartney foi, é, e sempre será o grande e verdadeiro experimentador dos Beatles. Peço emprestada a brilhante frase do meu irmão, Felipe, pra falar do grande gênio da maior banda da história.
Antes que você questione ou esbraveje, calma: é apenas uma constatação, mais que uma opinião. Uma conclusão que demorei a admitir, teimei em não concordar.
Confesso que a faceta John/George talvez me emocionasse e ainda me emocione mais do que o lado Paul dos Beatles. Ainda canto mais forte e mais alto quando ouço “Strawberry Fields”, “Nowhere Man”, “Something” ou “Here Comes the Sun”. Da mesma maneira, as carreiras solos de John e George me atingem mais do que a trajetória de Paul.
Mas há conclusão contra a qual não se pode brigar: Paul é a essência dos Beatles. Incansável, foi o motor que impulsionou o grupo, o cara que buscava o diferente, que abria caminhos dentro das infinitas possibilidades que via na música, que suplantava a criatividade de todos e comandava o processo de criação.
O cara que se sabia inferior ao genial parceiro, sabia que John tinha um dom divino, mas pilhava o gênio, porque o prazer e a “missão” com a música era e é maior do que qualquer possível rixa, mesquinhez ou picuinha. E que suava mais do que todos para talhar obras-primas como “Fool on the Hill” ou “Eleanor Rigby”.
Ao ver Paul no palco, mais de 70 anos, com sorriso e pique de menino, uma felicidade transbordante e contagiante, percebi o óbvio: Paul ama a música acima de todas as coisas. Não queria o fim dos Beatles porque, apesar de todos (e muitos!) pesares, tinha prazer de tocar com aqueles caras. Amigos, mas, sobretudo, grandes músicos.
Quando se viu sozinho, pegou violão e piano e continuou sua estrada, por respeito ao grande amor da sua vida, a música.
A música é sua musa, musa única.
Depois dos shows no Morumbi e no Engenhão, passei a prestar mais atenção nesse gênio e operário da música. Um incansável carregador de piano. Um mito.
Percebi, aliás, que o pout-pourri “Golden Slumbers/”Carry That Weight”/”The End” é a coisa mais linda que os Beatles já fizeram. É Paul McCartney do início ao fim.
Ah, o texto era pra falar sobre Band on the Run, o terceiro disco solo dele, lançado em 7 de dezembro de 1973.
Mas acho que depois de tudo isso, só me resta dizer pra você aumentar o volume e ouvir Sir Paul McCartney. Tem muita coisa legal sobre a produção do álbum, como o período de Paul e Linda na Nigéria, em momento barra-pesada do país africano. Pra saber mais um pouquinho dessa história, clique nos links abaixo do vídeo!
Ouça Band on the Run:
Fontes: