Nos abismos do infinito
Uma estrela apareceu
E da terra ouviu-se um grito:
Gilda, Gilda
O destino escolheu Gilda Mattoso para ser a companheira de Vinicius na hora de sua partida. Foi ela quem cumpriu, de fato, a missão que o poeta apresentava em forma de brincadeira a cada novo casamento: “Esta será minha viúva”.
“Neste ano, por causa do centenário, eu voltei a ser a viúva do Vinicius”, disse a hoje conhecida assessora de imprensa, em entrevista ao site português ípsilon.
Como conta José Castello, Gilda acompanha Vinicius aos braços de sua última musa: a morte. Era uma menina, mas soube lidar com amor e paciência com um poeta já cansado, resignado, entregue ao destino.
“Oferece-se ao poeta como uma síntese. Vinicius a olha e está tudo ali, resumido numa pequena mulher. Sabe o peso que lhe traz. E que esse peso não só a engrandece, mas também o eleva.”
Estudante de letras da Universidade Federal Fluminense, Gilda acaba se casando com um ídolo, quase quarenta anos mais velho do que ela. Vinicius abre as portas do meio artístico para ela, que constrói brilhante carreira de assessora de Tom Jobim, Caetano Veloso, Gilberto Gil e, hoje, de Cláudia Leitte, Maria Rita, entre outros.
Vinicius escreve a bonita e triste “Gilda” para sua última musa, música presente em seu álbum final, de 1980.
Fontes:
– Biografia Vinicius de Moraes – O poeta da paixão, de José Castello